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Bovespa volta a liderar ranking de investimentos

Liderança da Bolsa em julho não ocorria desde fevereiro; fundos de renda fixa perderam para a inflação

Por Luiz Guilherme Gerbelli e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) voltou ao topo do ranking dos investimentos em julho, o que não ocorria desde fevereiro. O ganho no mês foi de 3,21%. Em segundo lugar, ficou o ouro (alta de 2,56%) e, em terceiro, o dólar (com 1,84%).

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O bom desempenho da bolsa em julho não foi suficiente para deixar o mercado acionário com rendimento positivo no ano. Nessa terça-feira, com o recuo de 2%, o Ibovespa passou do terreno positivo para o negativo em 2012, com desvalorização acumulada de 1,16%.

"Nos últimos dias de julho, a bolsa teve uma subida muito forte por causa das declarações do presidente do Banco Central Europeu (Mario Draghi). Os investidores acreditaram que poderiam existir medidas que tirassem as incertezas do mercado", explicou Keyler Carvalho Rocha, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Na semana passada, Draghi afirmou que faria de tudo para proteger o euro da crise econômica. Além disso, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, prometeram união para a salvar o bloco.

Inflação

A forte alta de 1,34% do IGP-M no mês passado fez com que os fundos de renda fixa e DI, além dos CDBs e da poupança, tivessem os rendimentos corroídos pela inflação.

Em julho, os ganhos dos fundos de renda fixa e da poupança também foram influenciados por mais uma redução da taxa de juros básica, agora em 8% ao ano.

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"Na renda fixa, nós estamos na mesma toada há alguns meses, com o Banco Central reduzindo a Selic e o rendimento real diminuindo", diz Fábio Colombo, administrador de investimentos.

"O juro real está caindo e, por isso, as pessoas têm de procurar a renda variável se quiserem um ganho no longo prazo. Nós nunca mais vamos ver os juros reais nos níveis que tivemos no passado", afirmou.

Em 2012, os melhores investimentos são ouro (alta de 11,58%) - bastante procurado em períodos de crise-, o dólar (9,52%) e os fundos de renda fixa (5,15%).

"O que a gente vem percebendo este ano, com a bolsa subindo e descendo, é que ficou valorizada a importância de o investidor diversificar e realizar o balanceamento dos seus investimentos", disse Michael Viriato Araújo, professor de finanças do Insper.

Futuro. Na avaliação de Colombo, o desempenho da renda variável nos próximos meses vai depender do exterior, sobretudo do desenrolar da crise da Europa. "Se a situação da Europa melhorar, obviamente a Bolsa vai melhorar." Na renda fixa, disse, "não tem muita mudança do que acontece até o momento".

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