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BRA entra com pedido de recuperação judicial

Trata-se de uma figura jurídica que substituiu a concordata com a nova lei. Varig e Vasp já passaram por isso

Por Mariana Barbosa
Atualização:

A BRA entrou nesta terça-feira, 27, com pedido de recuperacao judicial. Trata-se de uma figura jurídica que substituiu a concordata com a nova lei. A empresa, que possui dívidas de US$ 100 milhões, principalmente com bancos, contratou o escritório de advocacia Felsberg e Associados para representá-la no processo. A BRA é a terceira empresa brasileira a entrar com pedido de recuperação judicial. A primeira foi a Varig e a segunda, a Vasp. O pedido de recuperação judicial foi entregue nesta terça às 18h50, no Tribunal de Justiça de São Paulo. A queda de braço entre os investidores estrangeiros da BRA, que detêm 20% de participação, e os sócios Humberto e Walter Folegatti havia colocado em suspenso a decisão de entrar em recuperação judicial. A medida era defendida pelo Brazil Air Partners - fundo formado por Goldman Sachs, Darby, Gávea e outros. Como numa recuperação judicial o destino de uma companhia fica nas mãos dos credores, na prática a medida seria uma forma de tirar os Folegatti do controle da empresa. A idéia dos investidores estrangeiros, que aportaram R$ 180 milhões na BRA no final do ano passado, é fazer a empresa voltar a voar com um novo modelo de negócios, baseado em jatos de 100 lugares da Embraer. Segundo fontes envolvidas na negociação, a paralisação das operações da BRA foi uma decisão unilateral de Humberto Folegatti como forma de sensibilizar o governo e pressionar o Brazil Air Partners a aportar mais recursos. A saída de Folegatti do comando foi uma exigência dos fundos e motivo de divergência entre os sócios. No início de novembro, a BRA anunciou a suspensão de todas as suas operações no início de novembro, colocando seus 1,1 mil funcionários em aviso prévio e 70 mil consumidores - que já tinham bilhetes comprados - em alerta. Apesar do aporte de R$ 180 milhões, a companhia não conseguiu quitar suas dívidas. A empresa, que em seu auge chegou a transportar 180 mil passageiros por mês, tinha 70 mil passagens vendidas até março de 2008.

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