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Bradesco: alta do juro afetará mais o crédito pessoal

Por Teresa Navarro
Atualização:

O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, disse hoje que a tendência de alta dos juros no País até o fim do ano deve encolher os prazos de financiamento em geral e terá um impacto mais forte sobre o crédito pessoal. Segundo ele, tanto o crédito imobiliário como o automotivo tendem a sofrer menos em razão da facilidade de retomada do bem. "O crédito imobiliário ficou muito mais seguro com a nova legislação que prevê alienação fiduciária", disse o executivo, que participa hoje do evento Destaque Agência Estado Empresas, em São Paulo. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne hoje e amanhã para definir o rumo da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,75% ao ano. Analistas de mercado prevêem uma elevação entre 0,50 e 0,75 ponto porcentual da taxa. Cypriano ressaltou que a oferta de crédito continuará forte, mas pode ter alguma redução no ritmo de crescimento em razão da maior cautela que os bancos passarão a adotar na aprovação dos financiamentos. "Os bancos devem ficar mais rígidos para evitar uma alta na inadimplência", afirmou. Ele também lembrou que havia uma demanda reprimida por crédito que de alguma forma já foi atendida e, portanto, o ritmo de crescimento tenderá a ser menor. CSN O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, afirmou hoje que a alta da Selic, esperada pelo mercado na reunião do Copom que acontece hoje e amanhã, não é a melhor forma de conter a inflação. Segundo o empresário, essa é uma visão neoliberal que impede o crescimento do Brasil. "É mais difícil gerir um país quando ele está crescendo, mas se não enfrentarmos esse desafio, não sairemos do lugar", disse o empresário, também durante o evento Prêmio Destaque Agência Estado Empresas, hoje em São Paulo. Na opinião do executivo, a melhor forma de conter a inflação é por meio do aumento da produção. Ele elogiou as medidas adotadas recentemente pelo governo, como a nova política industrial e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas disse que elas não são suficientes. Ele defendeu a redução de impostos, por meio de uma reforma tributária, e a queda da taxa de juros como medidas para incentivar a produção e equilibrar oferta e demanda. Steinbruch reconheceu que a demanda está elevada, mas afirmou que é possível aumentar a oferta para que não haja pressão de preços.

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