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Bradesco aposta em aumento de crédito de 25% em 2006

Apesar das previsões do BC, instituição acredita em crescimento de 30% a 35% para pessoa jurídica e de 15% a 17% para pessoa física

Por Agencia Estado
Atualização:

O Bradesco continua apostando em um forte crescimento do crédito, apesar dos dados do Banco Central divulgados na segunda-feira terem suscitado a dúvida sobre um eventual esgotamento da expansão do crédito no mercado brasileiro em geral. O diretor vice-presidente responsável pela área de Relações com Investidores do Bradesco, Milton Vargas, disse na noite de terça-feira, em entrevista após apresentação para analistas e investidores, acreditar que será atingida a meta da instituição de ter um crescimento do crédito de 25% este ano. De acordo com ele, o aumento deve ser de 30% a 35% para pessoa jurídica e de 15% a 17% para pessoa física. No primeiro semestre de 2006, disse, o crédito do grupo Bradesco se ampliou em 11% atingindo R$ 102 bilhões em junho, segundo Vargas, incluindo o financiamento a não clientes do banco, pela Finasa. Comparando junho de 2006 a junho de 2005, a expansão foi de 30%. No crédito imobiliário, o banco pretende chegar a R$ 2 bilhões até dezembro. Já está com R$ 1,4 bilhão, acima das exigibilidades para este ano, que seriam de R$ 1,2 bilhão. Vargas elogiou as medidas que vem sendo tomadas desde o início do governo para o setor. "As medidas estão no caminho certo. Estão saindo, talvez não na velocidade ideal, mas é o que se pode fazer. Acho que ainda falta muita coisa para o crédito imobiliário deslanchar", declarou. O diretor executivo da instituição, Domingos de Abreu, disse durante a reunião promovida pela Apimec esperar um "boom" do crédito imobiliário só quando a taxa nominal de juros estiver em 8%. "A gente há de convir que 12% é o menor nível de juros com que a gente já conviveu. E mesmo assim, é um nível alto", afirmou Abreu. Durante a apresentação, Vargas falou mais de uma vez na "expectativa bem positiva" que o Bradesco tem para o crédito em geral, inclusive para o cartão de crédito. O crédito ao consumo cresceu de R$ 21,9 bilhões em junho de 2005 para R$ 32,3 bilhões em junho de 2006, com destaque para o crédito pessoal que passou de R$ 6,7 bilhões para R$ 10,2 bilhões no período. Rentabilidade A rentabilidade acima de 30% (anualizada) que o Bradesco vem dando deve diminuir, à medida em que a economia brasileira se estabilizar, para perto da verificada em bancos de varejo de outros países, na faixa de 20% a 25%, segundo previsões de Vargas. O diretor também informou que o Bradesco não pretende entrar no Novo Mercado. "Não vemos isso a curto e médio prazo", completou, respondendo a pergunta de investidor. Em outro momento, o diretor executivo do Bradesco, Domingos Abreu, explicou que o grupo está com a estratégia de se concentrar no negócio bancário, em uma postura um pouco diferente da que teve no passado, quando investia em participações acionárias relevantes de empresas de outros setores. "Mas alguma participação acionária (o Bradesco) sempre vai ter", afirmou Abreu. Ele comentou que com a perspectiva de redução dos juros "é importante ter investimentos em ações, principalmente para (os produtos de) previdência".

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