Publicidade

Bradesco defende queda de compulsórios e do crédito direcionado

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Bradesco e da Febraban, Márcio Cypriano, propôs, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a redução dos depósitos compulsórios e do crédito direcionado. Na avaliação de Cypriano, esses dois mecanismos são alguns dos fatores que justificam os atuais spreads bancários - diferença entre a taxa de captação e os juros cobrados nos empréstimos. Os depósitos compulsórios são os recursos que os bancos devem recolher ao Banco Central. Já o crédito direcionado é o dinheiro que os bancos captam e devem direcionar obrigatoriamente para financiamento habitacional, agricultura e repasses do BNDES. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, evitou fechar posição em relação ao pedido feito pelo presidente do Bradesco. "Essa solicitação tem algumas implicações importantes. Compete à sociedade avaliar os custos e benefícios", disse Meirelles. Segundo o presidente do BC, outras propostas e questionamentos feitos pelos integrantes do Conselho também precisam ser avaliadas sob todos os pontos de vista. A queda na taxa Selic e o crescimento do PIB foram alguns dos exemplos citados por Meirelles de medidas que não dependem exclusivamente de um movimento do governo. Mais pedidos Cypriano destacou também outros fatores que contribuem para um spread bancário elevado. Segundo ele, a inadimplência, os custos tributários e as dificuldades de recuperação de crédito na Justiça são alguns dos exemplos de fatores que justificam um atual patamar de juros praticado pelos bancos. Além da proposta de redução progressiva dos compulsórios e do crédito direcionado, Cypriano também propôs uma discussão com o Banco Central, sobre uma atuação mais forte do BC, na garantia da "legalidade" das operações bancárias, ou seja, tentar uma maior agilidade e certeza de que operações de financiamento que não forem pagas, tenham uma execução judicial mais rápida. Ele pediu também que o BC estude medidas para a redução dos chamados custos de retaguarda das instituições financeiras.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.