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Bradesco e BB se unem em pagamento digital

Parceria, que prevê o convite a outros bancos, pretende criar um padrão brasileiro de digitalização de cartões para compras na internet

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O Banco do Brasil e o Bradesco anunciaram ontem, durante o Ciab 2015, feira de tecnologia voltada para o setor financeiro, um acordo de cooperação para desenvolver soluções em pagamentos digitais. Com a parceria, as instituições vão criar um padrão para a digitalização de cartões para compras na internet e também para a "tokenização" dos plásticos, que consiste em gerar números aleatórios a cada uso que depois são descartados.

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O padrão é necessário, segundo os bancos, para que cada player da indústria não gere um formato diferente. Na prática, com a padronização, fica mais fácil para bandeiras, adquirentes e emissores atuarem com pagamentos digitais.

"A digitalização e a 'tokenização' são os temas mais relevantes do ponto de vista de investimento em tecnologia na área de meios de pagamentos. Vamos buscar um padrão e convidar outros bancos a participarem", disse Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do BB.

Segundo ele, as conversas começam agora, após o fechamento do acordo com o Bradesco, e na próxima semana outros players serão convidados a participar das discussões para definir um padrão de digitalização e "tokenização" de cartões.

Embora o volume de transações que passam por essas tecnologias ainda não sejam relevantes, conforme o executivo, em 2016 o tema deve ganhar força, além de ser uma iniciativa que contribui para redução do uso do papel moeda.

Hoje, somente o Banco do Brasil oferece o serviço de cartão digital com token. Nele, o usuário pode gerar um plástico virtual a cada compra no âmbito do Ourocard-e. São cerca de 200 mil desde o lançamento, segundo Moreira.

O Bradesco estuda ainda o lançamento de uma solução semelhante, conforme Alexandre Rappaport, diretor de Cartões. Segundo ele, enquanto o banco fazia tal análise foi procurado pelo BB para formar o acordo de cooperação.

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Sobre a empresa de tecnologia que vai atuar com os bancos, os executivos não comentaram. "Vamos avaliar. Preferimos não especular sobre aquisições", resumiu Rappaport.

Funcionamento. O processo funcionará como modelo aberto, independente de bandeiras e de emissores ou adquirente, em linha com padrões mundiais, explicou Moreira. O modelo dispensa o envolvimento de um intermediário para efetivação das compras com cartões de crédito e de débito, feitas por meio de internet ou smartphones. Em vez disso, os clientes recebem as autorizações online para cada transação por meio de um aplicativo no banco instalado no telefone celular.

Nos últimos anos, os bancos têm firmado uma série de parcerias com operadoras de telecomunicações para a área de pagamentos móveis. Mas questões como o modelo de remuneração e os riscos ligados a dados de clientes têm impedido que o setor deslanche no País.

Segundo o BB, o comércio eletrônico representa cerca de 10% das transações de cartões de crédito no Brasil. (Com informações da Reuters).  

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