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''Bradesco não vai fazer movimentos no País ou fora''

Cypriano diz que o banco ainda é líder em depósitos à vista e poupança

Por Ana Paula Ribeiro
Atualização:

O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, disse ontem que não vai sair comprando ativos apenas para retomar a liderança no Brasil. "Só faremos aquisições que possam agregar valor, não vamos sair comprando só por comprar", afirmou, diante de analistas e investidores presentes no Bradesco Investor Day, em Nova York. Sobre aquisições no exterior, ele disse que é "temerário" neste momento de crise. "Não vamos fazer nenhum movimento dentro ou fora do Brasil." Cypriano lembrou que por mais de 50 anos o Bradesco foi o maior banco privado do Brasil. Essa liderança foi perdida para o Itaú-Unibanco, que se fundiram no início do mês. "O Bradesco não diminuiu, os outros é que aumentaram por meio de fusões", disse. O executivo afirmou ainda que a liderança não é o mais importante, mas a rentabilidade dos acionistas e a melhora dos serviços. Cypriano lembrou que o Bradesco continua líder em depósitos à vista, poupança, pontos de atendimento, seguros e previdência e quantidade de clientes. Outros executivos da instituição presentes no evento afirmaram que o foco é o crescimento orgânico, com abertura de agências e de conquista de clientes. A meta é agregar 1,5 milhão de correntistas por ano. Até setembro, contava 37,5 milhões de clientes, entre correntistas, segurados e financiados. O vice-presidente do banco, Milton Vargas, destacou que a maior parte de seus clientes é da classe média e classe média baixa e é esse segmento que se beneficiará do crescimento econômico nos próximos dez anos. A projeção do Bradesco é que a expansão média do Produto Interno Bruto (PIB) seja de 4% ao ano. "São 100 milhões de pessoas na classe C. Nossa liderança nesse segmento nos dá uma condição privilegiada. São clientes que demandarão mais produtos bancários e seguros." IPO DA VISANET A oferta inicial de ações da Visanet (IPO, em inglês) será feita após o mercado retomar o fluxo normal de operações. A intenção de manter a abertura do capital foi feita ontem pelo Bradesco, um dos acionistas da empresa que faz a captura e o processamento de operações eletrônicas de pagamento. "Com certeza, quando o mercado voltar, vamos fazer o IPO da Visanet. Vai ser uma operação com um apelo forte", afirmou Cypriano. O vice-presidente-executivo, Arnaldo Vieira, explicou que a Visanet trabalha em um setor rentável e tem um potencial de crescimento expressivo. No mercado de captura e processamento, a empresa possui participação de 45,3%. Viera lembrou que as ações da Redecard, concorrente da Visanet que abriu o capital em 2007, se desvalorizaram menos que outros papéis na Bovespa.

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