
02 de outubro de 2007 | 17h07
O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, disse nesta terça-feira, 2, que o banco está colhendo pareceres jurídicos sobre o processo de incorporação de instituições financeiras públicas pelo Banco do Brasil (BB). "Essas análises têm indicado que a entrega do controle acionário dos bancos ao BB é uma privatização, já que este é uma pessoa jurídica de economia mista. Assim, seria necessária uma concorrência pública", afirmou. Cypriano disse que foi "surpreendido" com as notícias sobre as incorporações. O BB, maior instituição financeira brasileira, com controle federal, deve incorporar o Banco de Santa Catarina (Besc), o Banco do Estado do Piauí e o Banco de Brasília. O processo envolvendo o Besc é o mais adiantado e já está em fase de conclusão. "Pelo preço de incorporação do Besc, nós também o compraríamos", disse. Segundo o executivo, os pareceres também mostram que o negócio de incorporação é desvantajoso para os Estados. "Se fosse realizada concorrência pública, vários bancos participariam e o preço seria maior." Diante desse cenário, Cypriano disse que o Bradesco "defenderá seus interesses". Ele não adiantou, porém, se o banco recorrerá à Justiça para impedir tais incorporações. O executivo ainda destacou que o Bradesco discute com o governo federal na Justiça a gestão da folha de pagamento dos servidores públicos de Santa Catarina. O Bradesco espera uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para reaver a administração dos salários desses funcionários. Segundo ele, o governo de Santa Catarina realizou uma licitação no final de 2006 para a escolha do banco que administraria a folha dos servidores. Tal processo foi vencido pelo Bradesco, que pagou R$ 210 milhões. Também participaram da concorrência o Itaú, o Santander e o HSBC. Logo após, houve uma impugnação do processo pelo governo federal. Este alegou que o banco havia sido federalizado e que a folha de pagamento dos servidores é um ativo da instituição, não podendo ser licitada pelo governo estadual. O Bradesco recorreu e o processo está no STF.
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