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BRADESCO quer abrir escritório em Dubai ou Cingapura

Por CHRISTIAN PLUMB
Atualização:

O Bradesco, maior banco privado do Brasil, espera expandir ainda mais sua divisão de corretagem com a abertura de um escritório em Dubai ou Cingapura, disse à Reuters o diretor da subsidiária de investimentos da instituição. A unidade na Ásia ou no Oriente Médio, cuja abertura sucederia a recente inauguração de uma corretora em Londres, é um sinal do comprometimento do Bradesco com o fortalecimento do seu banco de investimento mesmo com a crise de crédito, disse José Luiz Acar em entrevista na quarta-feira. "Não estamos assustados com o que consideramos uma situação momentânea", declarou na sede do Bradesco. "Achamos que o Brasil está crescendo, está indo bem, e continuará indo por alguns anos. Não vemos nada que possa ameaçar isso." O escritório seria relativamente pequeno, e teria o objetivo de vender bônus ou outros ativos para investidores locais. "Nossas equipes irão até lá para avaliar a situação", disse, acrescentando esperar que a nova unidade seja aberta ainda neste ano. O ritmo de contratações do banco de investimento, que cresceu fortemente a partir de 2006, vai diminuir neste ano, mas isso tem mais a ver com o cumprimento do plano anterior de expansão do que com os problemas do mercado, disse Acar. "Hoje eu tenho 90 por cento da equipe que quero", disse. "Nós certamente vamos fazer as contratações que precisamos para completar isso." O banco, que no passado era ativo apenas na área de renda fixa, construiu suas operações em ações praticamente do nada nos últimos dois anos com a contratação de 14 analistas. Isso fazia parte de um projeto mais amplo para reunir várias operações de banco de investimento, gestão de ativos, tesouraria e operações de securitização em apenas um teto, chamado Banco Bradesco de Investimento (BBI). Acar, que comanda o BBI, disse que a expansão visa tornar o banco um dos três principais players do Brasil, mas ele reconhece, porém, que a forte competição em áreas que vão da gestão de fundos à garantia de dívida pressiona por margens apertadas. O sucesso em operações como a abertura de capital da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) ajudou o Bradesco a saltar da 26a para a 8a posição no ranking do mercado brasileiro de capitais em 2007. "Neste ano, por causa das condições fora do país, o mercado se retraiu, mas ainda achamos que há espaço para IPOs (oferta pública inicial de ações) de companhias grandes e conhecidas", disse, acrescentando que há pouca dúvida de que as empresas menores, que tiveram facilidade para vender ações no ano passado, vão enfrentar mais dificuldades em 2008. Mesmo assim, a desaceleração dos IPOs pode criar oportunidades em outras áreas, como garantia de dívida e fusões e aquisições, afirmou. O Bradesco tenta se beneficiar de potenciais acordos não apenas como consultor, mas também como comprador. No ano passado, o banco separou 2 bilhões de reais (1,2 bilhão de dólares) para potenciais investimentos em private equity. O Bradesco, porém, só gastou cerca de 100 milhões de reais desse montante até aqui, em uma companhia de geração de energia. "Eu acho que nós faremos alguns investimentos neste ano", disse, acrescentando que outros fundos de private equity convidaram o Bradesco para participar de alguns acordos.

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