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Bradesco tem lucro 5,5% maior e diz que não opera derivativos

Banco ganhou R$ 1,9 bi no terceiro trimestre; carteira de crédito teve expansão de 40,8% em 12 meses

Por Cesar Bianconi , Ana Paula Ribeiro e da Agência Estado
Atualização:

O Bradesco registrou um lucro líquido contábil de R$ 1,910 bilhão no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 5,52% sobre o mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido médio ficou em 25,1% entre julho e setembro, contra 31,4% do mesmo período do ano passado. A instituição também informou que não realiza operações com "derivativos exóticos", denominadas "target forward" ou qualquer outro tipo de contrato alavancado indexado à variação cambial junto a seus clientes. Veja também: G7 está preocupado com a 'excessiva volatilidade' do iene Bolsa do Japão abre em baixa e se recupera no meio da jornada Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise  "O Bradesco executa somente operações tradicionais com clientes que desejam administrar suas posições em moedas estrangeiras", informou o banco em um resumo sobre o desempenho da instituição de janeiro a setembro. Conforme o Bradesco, em 23 de outubro o banco tinha a receber de 206 clientes o montante de R$ 973 milhões e a pagar para 110 clientes R$ 655 milhões, sendo o maior valor a receber por cliente de R$ 142 milhões e o maior valor a pagar de R$ 109 milhões. No caso de derivativos indexados à variação cambial relacionadas à posição própria, o Bradesco informou que realiza operações com o objetivo de proteger as suas atividades, "substancialmente os investimentos no exterior (agências e subsidiarias)". "É importante destacar que tais operações não são realizadas com objetivos especulativos e sim visando apenas o casamento de ativos e passivos", disse a instituição financeira. De janeiro a setembro deste ano, o banco registrou lucro líquido de R$ 6,015 bilhões, o que significa um crescimento de 3,4% em relação ao lucro de R$ 5,817 bilhões do mesmo período de 2007. Segundo o banco, isso corresponde a uma rentabilidade de 26,3% sobre o patrimônio líquido médio.   Crédito   A carteira de crédito da instituição, incluindo avais, fianças e recebíveis de cartões de crédito, atingiu R$ 197,250 bilhões no final de setembro, mostrando expansão de 40,8% em 12 meses. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 69,984 bilhões (crescimento de 28,7%), enquanto as operações com pessoas jurídicas atingiram o montante de R$ 127,266 bilhões (alta de 48,5%). As operações de crédito destinadas ao capital de giro das empresas foram as que mais cresceram no Bradesco. Em setembro, essa linha somava R$ 22,020 bilhões, um avanço de 107,95% sobre o mesmo mês do ano passado. Ao todo, a carteira de crédito da instituição cresceu 38,1% no período, para R$ 160,6 bilhões. No segmento de pessoa jurídica, no qual estão contabilizadas as operações de capital de giro, a carteira de crédito chegou a R$ 96,888 bilhões em setembro, um crescimento de 44,5% sobre o mesmo mês de 2007. Os empréstimos a empresas representam 66,9% da carteira de crédito da instituição financeira. Entre as operações com empresas, as linhas com recursos do BNDES/Finame ocupam o segundo lugar em volume, somando R$ 12,405 bilhões em setembro, o que mostra um avanço de 27,4% em 12 meses. Já os financiamentos no exterior chegaram a R$ 10,738 bilhões, um incremento de 29,5% no período. A conta garantida somava R$ 9,231 bilhões e o financiamento à exportação R$ 10,427 bilhões, crescimentos de 26,7% e 49,5%, respectivamente. Inadimplência A taxa de inadimplência total do Bradesco chegou a 3,5% em setembro deste ano, uma queda de 0,2 ponto porcentual em relação ao registrado no mesmo mês do ano passado, de 3,7%. A queda foi possível devido à melhora na carteira destinada a pequenas e médias empresas, que passou de 3,3% para 2,4%. Já as operações com pessoa física apresentaram deterioração de 0,2 ponto, para 6,6% ao final do terceiro trimestre. Entre as grandes empresas, a taxa passou de 0,2% para 0,3%. As operações de crédito classificadas entre AA e C representavam 93,6% do total da carteira de crédito do Bradesco, contra 92,8% registrados em setembro de 2007. Já as operações de crédito vencidas há mais de 59 dias representavam 4,2% da carteira em setembro de 2008, contra 4,4% no mesmo mês do ano passado. O índice de cobertura para essas operações era de 135,7% em setembro, contra provisão de 144,1% no mesmo mês do ano passado. A carteira de crédito total da instituição é de R$ 160,634 bilhões.

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