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Brascan assume controle total de seu banco sem temor com crédito

Por JULIANA SIQUEIRA
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Apesar do cenário de aperto global do crédito, a Brascan Brasil, subsidiária da canadense Brookfield Asset Management, tornou-se nesta terça-feira a única dona do Banco Brascan, depois de comprar a fatia de 40 por cento que pertencia ao Bank of New York Mellon Corporation. Segundo o presidente da companhia, a aquisição dá à empresa mais flexibilidade para os investimentos, com foco em infra-estrutura. "A grande mudança que ocorre com a aquisição dessa participação minoritária é que permite a integração completa do Banco com a Brascan Brasil", disse Luiz Simões Lopes, recém nomeado presidente da Brascan Brasil. O executivo era até então presidente do Banco Brascan. O banco de investimentos, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, atua em fusões e aquisições, consultoria, underwriting, empréstimos para empresas, corretagem e serviços de administração. O valor do negócio não foi revelado, mas Lopes descartou qualquer dificuldade de financiamento. "O que a gente vê é que essa crise está ocorrendo basicamente nos mercados internacionais, no Brasil praticamente não acontece nas operações em reais. O funding local continua tranquilo e abundante", disse à Reuters o executivo, que trabalha há 15 anos no grupo. "(Já) o dinheiro lá fora hoje está fechado." A Brookfield Asset Management tem 75 bilhões de dólares em gestão, enquanto a Brascan Brasil tem 4 bilhões de dólares. INVESTIMENTOS A Brasil Brascan pretende manter o foco em infra-estrutura, como a Brookfield faz no resto do mundo, mas vê oportunidades também em áreas como agribusiness e florestas. "O Brasil é um mercado extremamente promissor para este setor porque... há necessidade de muito investimento em infra-estrutura", comentou o presidente da companhia. "Temos interesse em diversas (áreas)...sejam mais linhas de transmissão, estradas pedagiadas, portos, dutos." No ano passado o grupo captou 800 milhões de dólares para um fundo de investimentos no setor de shoppings centers e pretende fechar até o mês que vem um novo fundo de florestas, segmento no qual a empresa já tem ativos no Paraná, em Santa Catarina e em Minas Gerais --basicamente pinos e eucaliptos. "Esse é um ativo que nós gostamos muito, de longo prazo, baixa volatilidade, demanda crescente no mundo. E o Brasil tem condições fantásticas de competitividade no setor de madeira, por uma combinação de clima favorável e avanços genéticos", disse Lopes. A Brascan Brasil quer ainda fechar um terceiro fundo até o fim de 2007, dedicado à atividade de agribusiness, onde a empresa já investe em gado, pecuária, produção de cana-de-açúcar e soja. O executivo evitou dar detalhes sobre o valor desses fundos e também descartou planos de uma nova oferta de ações, depois da operação da unidade imobiliária, a Brascan Properties, que levantou cerca de 1 bilhão de reais há cerca de um ano.

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