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Brasil ainda crescerá menos do que AL em 2004, prevê BC mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

O relatório anual do BIS, divulgado nesta segunda-feira, diz que a América Latina deve encerrar 2004 com uma "retomada marcante do crescimento" econômico, se comparado ao ano passado. Em 2003, a América Latina cresceu 1,4%, e o Brasil contraiu 0,2%. Neste ano, a América Latina deve crescer 4,2%, e o Brasil, 3,3%, segundo o banco. Os valores ainda são inferiores ao crescimento econômico em escala mundial, que deve chegar a 4,5% em 2004. Segundo o banco, a ampla liquidez global, reflexo das melhores condições monetárias e do maior interesse dos investidores por risco, foi o que reforçou o crescimento das economias emergentes a partir do segundo semestre de 2003. Investimento direto O fluxo líquido de capital privado (investimento direto, portfólio em ações e títulos de dívida e linhas comerciais bancárias) para as 21 maiores economias emergentes somou cerca de US$ 170 bilhões em 2003, o maior nível desde 1996, segundo o relatório do BIS. O investimento estrangeiro direto (IED), no entanto, continuou a cair. A participação no fluxo total ficou abaixo de 45%, ante a média de 70% registrada na década de 90. Os países que receberam mais recursos foram aqueles que tinham um maior mercado doméstico e com participação em acordos de livre comércio ou esquemas de integração comercial regional. Exemplos disso são Brasil, México e China, que, sozinha, absorveu 60% do IED destinado aos emergentes. Na América Latina, o fluxo de IED tem caído desde 1999 em resultado do lento crescimento econômico no Brasil e no México e da crise na Argentina. O fluxo de IED na América Latina totalizou US$ 24 bilhões em 2003, contra US$ 34 bilhões de 2002. O documento diz ainda que, no Brasil e em outros países onde o mercado consumidor doméstico se expandiu, houve uma mudança nos padrões de IED, com empresas estrangeiras entrando nos mercados de cartão de crédito e no setor de varejo. Sustentabilidade O BIS questiona em seu relatório se esse fluxo de capital privado para as economias emergentes é sustentável. Os economistas do BIS destacam que alguns países, como o Brasil, chegaram a aproveitar o melhor ânimo dos investidores para aperfeiçoar o perfil de suas dívidas, reduzindo a quantidade de papéis de curto prazo indexados à taxa de juros ou ao câmbio. Alguns países, no entanto, teriam afrouxado suas posições fiscais e são esses que, na visão do BIS, ficarão mais expostos se o acesso ao financiamento externo se tornar menos favorável. Mundo A perspectiva do BIS para a economia global é de que a recuperação ganhe mais força, terminando 2004 com alta de 4,5%, embora isso esteja sujeito a incertezas geopolíticas. Os últimos dados estatísticos dos Estados Unidos, afirma o relatório, indicam que há espaço para uma expansão não-inflacionária no país. O Japão também tem registrado um crescimento econômico que superou todas as expectativas. Mas as condições para uma retomada significativa da demanda doméstica na zona do euro não estão a caminho, alerta o banco, o que deve continuar atrapalhando a economia global. Além disso, a recuperação econômica mundial estaria baseada, desproporcionalmente, em dois pilares: a demanda das economias de idioma inglês e da China. include $DOCUMENT_ROOT."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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