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Brasil apóia entrada da Rússia na OMC e fecha acordo

Ao anunciar o entendimento, o presidente brasileiro pregou uma ampla parceria dos países emergentes para enfrentar a hegemonia da União Européia e dos Estados Unidos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de negociações técnicas que só terminaram quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin já estavam reunidos, no Palácio do Kremlin, os governos do Brasil e da Rússia fecharam hoje um acordo bilateral que fixa novas regras para a exportação brasileira de carne e de açúcar. Com isso, Lula formalizou o apoio do Brasil ao ingresso da Rússia na Organização Mundial de Comércio (OMC). Ao anunciar o entendimento, o presidente brasileiro pregou uma ampla parceria dos países emergentes para enfrentar a hegemonia da União Européia e dos Estados Unidos. "Essa é uma disputa de conhecimento, de capacidade produtiva, de competitividade, de conhecimento. Nessa disputa, nós temos que procurar os parceiros mais próximos de nós", disse Lula, em discurso na Reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia. O presidente Putin disse que o Brasil é um "parceiro-chave" da Rússia na América Latina e que oferece "mais perspectivas". O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não quis dar detalhes do acordo final, alegando ser "confidencial". Disse apenas que o Brasil obteve a garantia de ampliação no mercado russo. Acordo Em relação à venda da carne, o ministro informou que, até 2010, será adotada uma das duas opções: ou o aumento da cota de exportação a que o Brasil tem direito ou o fim da política de cotas, que seria substituída pela de cobrança de tarifas de importação cobradas pela Rússia. O prazo de 2010 é fixado porque, quando um país ingressa na OMC, tem prazo de cinco anos para se adequar a todos os acordos bilaterais que faz em troca do apoio dos que já são integrantes. Além do Brasil, a Rússia já fechou acordo com 36 países e está negociando com outros vinte. A OMC é formada por 148 países. No comércio de açúcar, a reivindicação brasileira é a redução dos impostos de importação fixados pelo governo russo que variam de acordo com a cotação do produto no mercado internacional. Amorim não detalhou se o Brasil obteve alguma conquista neste ponto. "A solução foi bastante satisfatória, dentro do que era possível", afirmou o ministro.

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