MERCADO EM BAIXA
A lentidão nos pagamentos preocupa o setor produtivo, que já pede realização de novos leilões de Pepro para fazer frente à atual queda nas cotações.
O Brasil está colhendo sua segunda safra de milho nesta temporada. A produção total em 2013/14 deverá atingir 78,2 milhões de toneladas, apenas 4 por cento abaixo do recorde da safra anterior, segundo dados do governo.
Enquanto isso, os Estados Unidos --maior exportador global-- se encaminham para colher sua segunda safra consecutiva em patamares recordes.
Em meio a este cenário, o indicador Cepea/Esalq, referência para o mercado físico de milho no país, acumula queda de quase 30 por cento desde o pico do ano, no início de março.
Em Mato Grosso, segundo a Aprosoja MT, que reúne produtores de grãos, a saca do milho está sendo vendida, em média, a 12 reais, contra um preço mínimo oficial de 13,56 reais e um custo de produção estimado de 18 reais por saca.
Pelo menos três entidades de produtores, de Mato Grosso, Bahia e Goiás, já encaminharam pedidos ao Ministério da Agricultura para a realização urgente de Pepros de milho.
"Estamos colhendo um excedente muito grande, e vamos depender da ação do governo", disse o consultor de mercados da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Pedro Arantes.
Para Petry, da Aprosoja MT, a lentidão da liberação de recursos contratados no ano passado "preocupa bastante".
"Com esse rigor aplicado, vamos terminar a análise dos contratos do ano passado no final deste ano", disse.
Com pagamentos atrasados, o fluxo de caixa dos produtores fica prejudicado, desestimulando o plantio de milho na próxima temporada, dizem as entidades representativas.
"O produtor vai acabar acumulando dívidas... A tendência é diminuir a área de milho em função da redução da rentabilidade", disse Lenz.
Já neste ano (2013/14) a área de milho em Mato Grosso caiu 4,4 por cento e a produtividade 11 por cento, segundo dados do governo, devido a menores investimentos em contexto de rentabilidade reduzida.