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Brasil cai em ranking de investimento estrangeiro

Por Paula Puliti
Atualização:

O Brasil perdeu duas posições no ranking dos países emergentes que mais receberam Investimento Estrangeiro Direto (IED), segundo o "Relatório de Investimento Mundial 2007" da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). No ano passado, o Brasil ocupou o sexto lugar da lista, com IED de US$ 18,8 bilhões. Em 2005, o Brasil estava em quarto lugar (US$ 15 bilhões), atrás da China, Hong Kong e México. Em 2006, a Rússia passou para a terceira posição, recebendo US$ 28 bilhões de investimentos, e a Turquia ficou em quarto lugar, com US$ 20 bilhões. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), responsável pela divulgação do relatório no Brasil, a queda de posições não foi por demérito do Brasil, mas mérito de Rússia e Turquia. Os russos têm recebido cada vez mais investimentos na área de petróleo, e os turcos têm em andamento um programa de privatizações. "Na indústria extrativa, o Brasil tem muito investimento das próprias empresas nacionais", afirmou Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. Para este ano, a Sobeet estima que o Brasil receberá US$ 34 bilhões em investimento estrangeiro direto, uma alta de 80% sobre 2006. Embora tenha perdido posição como receptor de recebimento estrangeiro, o País subiu como investidor no estrangeiro, num total de US$ 28 bilhões. A Sobeet estima que este valor foi um ponto fora da curva, porque US$ 17 bilhões corresponderam a apenas uma operação, que foi a compra da Inco (Canadá) pela Companhia Vale do Rio Doce. Em 2007, o investimento brasileiro direto deve cair em relação a esse total, mas crescerá acima dos US$ 11 bilhões que teriam sido registrados sem a operação Vale/Inco. Em 2005, o Brasil investiu no Exterior US$ 2,5 bilhões de dólares. A Unctad projeta que o Investimento Estrangeiro Direto continuará em 2007 e 2008, devendo superar o recorde de US$ 1,4 trilhão registrado no ano 2000. Segundo Lima, vale a pena destacar também que os estoques de IED em relação ao PIB do Brasil, de 21%, superam a relação entre os outros países do grupo Bric . Na Rússia, a relação é de 20%; na China, 8% e na Índia, 6%.

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