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Brasil começa ano bem entre investidores; Eleição pode pesar

Por Agencia Estado
Atualização:

O ano termina com um ambiente favorável para o Brasil entre os investidores e analistas estrangeiros consultados pela Agência Estado. A expectativa para o início de 2006 é que a continuidade da expressiva melhora dos fundamentos econômicos do País, aliada à manutenção de um cenário externo favorável para os emergentes, continue beneficiando os ativos brasileiros. No entanto, mais para frente, talvez no início de março, essa aposta positiva se tornará um pouco mais incerta diante da perspectiva da eleição presidencial em outubro e as dúvidas sobre o comportamento da economia global. Mas reviravoltas vistas no passado, como em 2002 antes da última eleição presidencial, são descartadas. No curto prazo, os investidores acreditam que os spreads da dívida externa brasileira, que já estão em níveis historicamente baixos, possam cair um pouco mais. Henry Stipp, economista do fundo de investimentos Threadneedle, observa que o cenário externo continua beneficiando países como o Brasil. "O crescimento global deve continuar em 2006, a demanda por commodities também, a alta dos juros nos Estados Unidos parece neste momento dentro do previsto e os indicadores da economia brasileira continuam em trajetória de melhora", disse Stipp. "Ou seja, no curto prazo o cenário benigno deve continuar." Stipp, no entanto, observa que a aproximação da eleição presidencial e a possibilidade de um acirramento do embate político poderão gerar uma maior cautela entre os investidores a partir do final do primeiro trimestre. "Eleições na América Latina sempre causam algum nervosismo nos eleitores e qualquer surpresa na campanha eleitoral brasileira, como por exemplo o fortalecimento de um candidato azarão, poderá gerar alguma cautela", disse. "A possibilidade de o próximo presidente não ter apoio no Congresso suficiente para implementar um novo ciclo do processo de reformas também poderá pesar negativamente." A estrategista do fundo Insight Investments, Cathy Elmore, também vê espaço para uma pequena queda do risco Brasil nas próximas semanas, mas observa que a performance da dívida emergente em 2005 não deverá ser repetida. "Os spreads dos emergentes já estão num patamar muito baixo, com espaço limitado de valorização", disse Elmore. Ela observou que o comportamento dos preços dos bônus emergentes em 2006 vai depender também do apetite dos investidores, além do volume de emissões de dívida feitas por esses países. Se houver muita oferta de novos papéis ao longo do próximo ano, seus preços poderão recuar". Mas há também fatores que podem surpreender positivamente os investidores em relação ao Brasil. Como disse um economista de um banco espanhol, a classificação do País deverá ser elevada em 2006 pelas agências de risco, principalmente a Standard & Poors e a Fitch. "A expectativa é que isso aconteça quando o quadro político estiver mais definido, ou seja no segundo semestre", disse ele. "Mas um upgrade no início do ano não pode ser descartado e isso será muito bem recebido pelos mercados.

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