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Brasil continua atraindo investimento, diz Financial Times

Por Agencia Estado
Atualização:

O Financial Times destaca que o Brasil continua atraindo os investidores apesar dos problemas políticos e econômicos. Em 2001, o Brasil conseguiu atrair US$ 22,6 bilhões em investimento estrangeiro direto (FDI na sigla em inglês), excluindo investimentos de subsidiárias de empresas estrangeiras no Brasil. O jornal britânico afirma que, embora seja bem menor do que os US$ 32,8 bilhões verificados em 2000, esse número excedeu as expectativas de mercado, em particular após 11 de setembro. Com uma média anual de US$ 21 bilhões entre 1996 e 2000, o Brasil mantém a posição de segundo maior receptor de FDI no mercado emergente, após a China, de acordo com o Instituto norte-americano de Finanças Internacionais (IIF na sigla em inglês). O México e a Argentina, segunda e terceira maiores economias da América Latina, receberam US$ 13,58 bilhões e US$ 9,8 bilhões, respectivamente. O FDI foi particularmente sólido considerando que quase não houve privatizações no ano passado, disse Octávio de Barros, economista chefe do BBVA em São Paulo ao FT. Em 2001, a privatização atraiu apenas US$ 1,1 bilhão em investimento estrangeiro, em comparação com US$ 6,7 bilhões em 2000, segundo o BBVA. Os recursos enviados ao exterior, incluindo remessas de lucro e royalties, recuaram de US$ 4,8 bilhões em 1998 para US$ 3,4 bilhões em 2001, enquanto o estoque de FDI aumentou para US$ 112 bilhões, ajustado para a desvalorização do real em 1999, segundo informações da Sobeet, Sociedade Brasileira de Estados de Empresas Transnacionais, ao FT. Enquanto boa parte do FDI nos últimos anos foi destinado às indústrias de serviços, em 2001, quase 1/3 foi para as indústrias principalmente de produtos químicos, automóveis, eletrônicos e alimentos e bebidas. A alemã Volkswagen exporta cerca de 30% de sua produção. Com a vantagem competitiva obtida com a desvalorização em 1999, as empresas estrangeiras agora investem no Brasil como base de exportações. Em 2002, o Banco Central espera que o FDI caia para cerca de US$ 18 bilhões, em linha com o declínio estimado pelo IIF de 21% do investimento em mercados emergentes. "Novas oportunidades estão surgindo em setores tais como petróleo, energia e indústria", disse Carlos Kawall, economista chefe do Citibank em São Paulo. Outros setores também devem se abrir ao capital privado no médio prazo. Projetos de infra-estrutura, tais como estradas, portos e linhas de gás e energia exigirão dezenas de bilhões de dólares nos próximos anos, disse o analista ao FT. As informações são da agência Dow Jones.

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