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Brasil crescerá 1% com inflação a 5,5%, prevê Deutsche

Por Agencia Estado
Atualização:

O Departamento de Pesquisa do Deutsche Bank (DB) disse hoje que a economia brasileira não deverá crescer "muito mais do que 1%" neste ano e a inflação ficará próxima de 5,5%. Em seu relatório de risco mensal para investidores, o banco ressaltou que as eleições presidenciais no Brasil começaram a afetar o sentimento do mercado, com as pesquisas de opinião indicando a liderança de Lula, que mantém uma larga vantagem sobre José Serra. As preocupações do mercado, segundo o DB, foram reforçadas pelas denúncias contra Ricardo Sérgio de Oliveira. O banco alemão salientou que, nesse contexto, nos últimos trinta dias tanto o real quanto o C-Bond caíram 6% enquanto os spreads do eurobônus 27 aumentaram 140 pontos base. "Essa piora nas condições de crédito pressionam as já pobres expectativas de crescimento, e o PIB provavelmente não crescerá muito mais do que 1% em 2002." Além disso, segundo o DB, a reversão da tendência de valorização do real joga sombras sobre a perspectiva inflacionária, "que já parecia frágil em março?. "O Banco Central vai mirar numa meta de 4,5% para este ano, mas o resultado provavelmente será mais próximo dos 5,5%". Segundo o banco, isso limitará o espaço para o avanço do corte nas taxas de juros. O banco disse que com um crescimento econômico baixo e taxas de juros altas, "manter superávits fiscais primários elevados se torna um fator ainda mais importante para a perspectiva da dívida". Segundo o DB, a performance fiscal no primeiro trimeste não foi muito reconfortante. "Isso, somado aos riscos de novos atrasos na aprovação da extensão da CPMF - um imposto crucial - poderia piorar a perspectiva fiscal e renovar as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública do Brasil".

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