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Brasil deve abrir mercado para vizinhos, diz embaixador

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, defendeu nesta sexta-feira, no Fórum Social, em Porto Alegre, que o Brasil abra seu mercado, sem restrições, a produtos de outros países da América do Sul. Durante entrevista exclusiva à Agência Estado, Pinheiro Guimarães disse que essa "generosidade" do Brasil seria uma medida com alto impacto político e não traria problemas ao País, em face de seu potencial, em comparação aos outros países da América do Sul. "Os Estados Unidos já têm o seu bloco, por isso deveríamos construir também o bloco sul-americano", reiterou, num complemento às críticas que fez à Alca durante o painel "Alca e Soberania Nacional". Para ele, essa atitude faria também com que o Brasil não reproduzisse, a nível regional, o que os EUA fazem com outros países a nível continental. Para defender o bloco sul-americano, o embaixador lembrou um fato pitoresco ocorrido anos atrás, quando a Bolívia solicitou ao Itamaraty cotas para exportar cerveja ao Brasil. "Descobri que o total da produção de cerveja boliviana era igual ao consumo de cerveja do Rio de Janeiro, num sábado de verão." E questionou: "Qual o impacto disso para a economia brasileira? Nenhum." Além de defender a criação desse bloco, Pinheiro Guimarães rebateu as críticas dos que afirmam que a não adesão do Brasil à Alca poderia implicar em algum tipo de sanção ao País: "Do ponto de vista jurídico, não há obrigação alguma do Brasil participar da Alca e do ponto de vista prático também não, pois não há possibilidade de retaliação em função do elevado estoque do capital americano no Brasil", reiterou. Ao garantir que não há razões para se temer represálias, caso não ocorra a adesão do Brasil à Alca, o embaixador refutou também a opinião dos que dizem que o Brasil ficará isolado. "Mas isolado de quê ou de quem? Não devemos esquecer nessas discussões que os interesses dos demais países da América do Sul em relação ao Brasil são grandes", reafirmou.

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