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Brasil deve crescer 3% em 2013, menos que a América Latina, diz Banco Mundial

Relatório afirma que região deve fazer ‘mais por conta própria’ para continuar a crescer de forma robusta

Por Clarissa Mangueira e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A região da América Latina e do Caribe deverá crescer 3,5% neste ano, ante alta de 3% no ano passado, mas a expansão ainda ficará abaixo da média de 5% observada antes da crise de 2008 e 2009, ou de 6% em 2010, prevê o Banco Mundial, em relatório semestral publicado nesta quarta-feira, 17, na Internet. O banco projeta que o Brasil e a Argentina deverão ter crescimento abaixo da média regional em 2013, em torno de 3%, superando, porém, a taxa de crescimento de 2%, em 2012.

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Segundo o relatório, estão diminuindo os ventos globais favoráveis que facilitaram o crescimento econômico robusto e a inclusão social na América Latina e Caribe na última década. O banco destaca ainda que o novo contexto global - de excesso de liquidez, crescimento mais lento na China, atividade econômica fraca e dívida pública elevada no mundo desenvolvido - aponta para a necessidade de a América Latina fazer mais por conta própria, a fim de voltar às taxas de crescimento semelhantes às taxas registradas na última década.

Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional já havia traçado um cenário mais pessimista para o Brasil. O Fundo cortou a previsão para o PIB do País neste ano, também para 3%. A Lei de Diretrizes Orçamentárias 2014, também divulgada nesta semana, mostra que o governo brasileiro estima um crescimento da economia de 3,5% neste ano e de 4,5% no ano que vem. 

O Banco Mundial prevê também no relatório "América Latina e Caribe enquanto os ventos favoráveis retrocedem: em busca de um crescimento maior" que a Venezuela crescerá 0,1% e a Jamaica terá expansão de 1% neste ano. A economia do Peru deverá ter alta de 6%, a do Panamá, de 9%, e a do Paraguai, de 11%. Já a expansão econômica da Bolívia, Chile e Colômbia deverá ser de entre 4% e 5% neste ano. "Essas taxas de crescimento são boas, mas insuficientes para sustentar o ritmo de progresso social recente que os latino-americanos experimentaram na última década", ressaltou o economista-chefe do Banco Mundial, Augusto de la Torre. Ele afirmou que a ênfase política está mudando dos motores externos para motores de crescimento interno, e das preocupações com a estabilidade macroeconômica e financeira para reformas de estímulo à produtividade. "À medida que os ventos globais favoráveis diminuem, a capacidade dos países da América Latina para crescer acima de 3,5% depende essencialmente deles mesmos." O relatório observa que as conquistas da América Latina e Caribe na década de 2000 foram significativas, incluindo a estabilidade macroeconômica, crescimento sólido, redução da pobreza e uma distribuição de renda mais justa. De acordo com o Banco Mundial, o desafio para a política econômica daqui para frente é "preservar e trabalhar sobre os ganhos passados, consolidando os dividendos de um crescimento com inclusão social, e fazer isso sem a ajuda de ventos favoráveis globais".

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