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Brasil deve exportar mais etanol aos EUA--Datagro

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Por Redação
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As exportações de etanol do Brasil para os Estados Unidos devem aumentar devido aos altos preços do biocombustível no mercado à vista norte-americano, afirmou na quarta-feira a consultoria Datagro. As exportações totais do Brasil alcançarão 4,8 bilhões de litros na atual temporada (abril/março), contra 3,5 bilhões de litros em 2007/08, de acordo com a Datagro. A maior parte dessas exportações irá para o mercado dos EUA, o maior consumidor de álcool brasileiro. Em abril, a Datagro havia estimado que as exportações totalizariam 4,2 bilhões de litros, e em março, 4 bilhões. "Estamos impressionados com a quantidade de etanol que está sendo exportada, basicamente para os EUA", afirmou Plinio Nastari, presidente da consultoria. As usinas estão optando por produzir mais álcool do que açúcar no Brasil devido aos retornos melhores no mercado local para o biocombustível. As inundações no cinturão produtor de grãos dos EUA provocaram uma alta dos preços do milho, o que também elevou os preços locais do álcool. O custo médio para a produção de etanol nos EUA é maior do que 3 dólares o galão -- maior do que os preços do mercado disponível, de 2,70 dólares o galão --, por conta dos preços do milho, que superam 7,40 dólares por bushel, segundo Nastari. No Brasil, os custos de produção do álcool anidro avançaram 20 por cento nos últimos 12 meses, mas é cotado a 1,66 dólar o galão na porta da usina, valor muito menor do que o do etanol norte-americano. "Se você soma os custos ao frete local e marítimo, seguro e taxas de terminais e importação, o álcool brasileiro chega ao mercado dos EUA a 2,67 dólares o galão", afirmou Nastari. A perspectiva de aumento nas exportações juntamente com a demanda crescente por etanol deve incentivar as usinas a destinar uma quantidade cada vez maior da safra de cana para a produção do biocombustível em comparação ao que foi previsto no início da temporada, de acordo com Nastari. Cerca de 59,3 por cento da cana do centro-sul brasileiro moída na temporada 2008/09 deve ser direcionada para a produção de álcool, ante 57,6 por cento em março. A produção de etanol da região foi estimada em 24,5 bilhões de litros, ante 23,5 bilhões de litros previstos em março. A produção de açúcar foi projetada em 27,5 milhões de toneladas, contra 28,2 milhões em março. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de álcool, perdendo apenas para os EUA. A região centro-sul é responsável por 88 por cento da safra nacional de cana e a colheita dura de março até dezembro. A Datagro elevou o prognóstico da moagem de cana da região em 2008/09 para um recorde de 495 milhões de toneladas, em comparação a 485 milhões de toneladas em março. As chuvas no início da temporada que causaram atrasos na moagem também contribuíram para o desenvolvimento das lavouras e para o aumento da disponibilidade de cana. "O tempo ficou mais seco recentemente e as usinas devem recuperar o tempo perdido da moagem nos próximos meses", disse Nastari. (Por Inaê Riveras)

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