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Brasil deve se concentrar no superávit primário, diz Snow

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, disse hoje pela manhã que não é prudente o Brasil pensar em termos de superávit cíclico até que os níveis da dívida estejam mais baixos do que os atuais. "A coisa mais importante é produzir um bom superávit primário, de forma sustentada (um ou dois anos, por exemplo) e não só no trimestre", reiterou Snow. Segundo ele, desta forma o Brasil estaria mostrando um compromisso de superávit e os mercados reagiriam de maneira positiva. Em rápida entrevista coletiva concedida durante visita às instalações da companhia norte-americana Avon, na zona Sul de São Paulo, o secretário disse, ainda, que se o Brasil se concentrar em uma disciplina fiscal rígida, no superávit primário e na implementação das reformas tributária e da Previdência, os mercados saberão recompensar o País. "Pois os níveis de endividamento serão reduzidos e o País terá maior flexibilidade financeira", afirmou ele. "Negociações sobre a Alca serão sérias" John Snow reiterou a disposição de seu país em negociar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). "As negociações serão sérias e terão início antes das eleições nos Estados Unidos." Segundo o secretário, os EUA estão abertos às negociações: "Todas as cartas estão na mesa e as questões agrícolas também serão contempladas. Estamos ansiosos para iniciar esses debates." John Snow disse que a Alca é muito importante para reforçar o comércio entre os países que farão parte desse acordo. Ele destacou também que os EUA têm o compromisso de levar a Alca adiante. O secretário chegou à Avon às 9h45 e foi recepcionado pelo vice-presidente da empresa para América Latina Amilcar Mellendez. Snow permaneceu na empresa por cerca de uma hora e falou da boa qualidade dos produtos da Avon em todo o mundo. Segundo ele, uma empresa para ser boa precisa reduzir seus custos, melhorar continuamente seus estoques e ter excelência no processo de produção. "Sempre fiz isso quando fui empresário. Além disso, é preciso gostar do que se faz." Cláusula de ação coletiva John Snow defendeu mais uma vez a cláusula de ação coletiva (CAC) na reestruturação das dívidas soberanas. Ele disse que o assunto foi discutido com vários países e também com os credores e chegou-se à conclusão que deveria ser dedicada mais atenção às cláusulas coletivas. O secretário citou como exemplo o México, que foi recentemente ao mercado e incluiu essas cláusulas em seus instrumentos de dívida. Snow afirmou que teve uma "boa conversa" com o ministro da Fazenda do Brasil, Antonio Palocci. E entre os temas abordados, estava a questão das cláusulas coletivas. "Não posso falar em nome do ministro, mas interpretei que ele também é favorável a esse tipo de abordagem", completou.

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