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Brasil deverá comprar 800 novos aviões em 19 anos, aposta Boeing

Por Agencia Estado
Atualização:

As companhias aéreas brasileiras deverão comprar 800 novos aviões até 2021, com um gasto total de US$ 41 bilhões, de acordo com previsões divulgadas hoje pela Boeing. Os números podem parecer muito altos, tendo em conta a crise atual do setor aéreo, mas o estudo preparado por técnicos da maior fabricante de aviões do mundo leva em conta a recuperação da economia brasileira, sobretudo a partir de 2005, e uma estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) numa média anual de 4,1% em duas décadas. "Acreditamos que as dificuldades, no Brasil e no restante da América Latina, são pontuais e que o crescimento ainda será pequeno nos próximos quatro anos. Mas no longo prazo o tráfego aéreo da região será o mais vigoroso em todo o mundo" afirmou o diretor de Marketing nas Américas da Boeing, Drew Magill. O desenvolvimento do tráfego aéreo interno na América Latina, de acordo com o estudo, manterá uma média de 7,9% em 20 anos, o que vai demandar mais de 2.100 novos aviões, segundo os analistas da Boeing. Os jatos de 90 a 200 assentos, o que inclui os modelos 717 e 737, deverão responder por 71% das vendas, enquanto os de pequeno porte terão uma fatia de 21%, o que mostra a redução da participação dos aviões de grande porte nas linhas aéreas da região. "A exemplo do que já ocorreu nos Estados Unidos na Europa, o passageiro da América Latina também vai procurar vôos diretos entre as cidades, que requerem aviões de menor porte", disse Magill. Concorrência A tendência do mercado pode pôr a Boeing em concorrência direta com a Embraer pelo nicho dos jatos de 100 lugares. O Boeing 717 vai disputar mercado com os modelos 190 e 195, lançados no ano passado pela fabricante brasileira. "Estamos investindo muito na família 717", contou o executivo. Segundo o vice-presidente de Vendas da Boeing para a América Latina e Caribe, John Wojick, sua empresa já ofereceu o modelo à TAM, que estuda a troca dos Fokker 100 - que eram 50 na companhia e hoje se reduzem à metade - por aviões mais novos e de porte semelhante. "A TAM deverá tomar a decisão nos próximos seis meses" afirmou Wojick. A Assessoria de Imprensa da TAM confirmou que a companhia está estudando todos os modelos possíveis para a substituição do Fokker 100, mas negou que haja um prazo para a escolha. À exceção do F-100, a TAM opera com aviões da arqui-rival da Boeing, a fabricante européia Airbus, que também comercializa um modelo de cerca de 100 lugares, o A-318. Varig O vice-presidente de Vendas da Boeing também reafirmou o interesse da empresa na recuperação da Varig, que é a maior compradora da Boeing no País. "Fomos um dos primeiros credores a negociar direto com a Varig e vamos continuar assim" disse, lembrando a operação de recompra de aviões fechada no fim do ano passado e que permitiu à Varig reduzir em US$ 370 milhões seu endividamento. A Boeing faz parte do Comitê de Credores que participa da reestruturação da companhia aérea brasileira e já teve acesso ao plano de negócios apresentado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estuda um pedido de aporte de capital para dar fôlego à companhia. "Acreditamos que a Varig vai reemergir e que o plano de reestruturação será bem-sucedido", afirmou Wojick.

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