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Brasil deveria retomar negociação da Alca, diz estudo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil deveria liderar os esforços para a retomada da negociação da Alca, porque os Estados Unidos, com acordos bilaterais e regionais, está reduzindo as vantagens do Brasil. Esta é a recomendação de um estudo feito pelo embaixador Rubens Barbosa, que foi representante do Brasil em Londres e Washington, e o economista Marcos Jank do Instituto Ícone. Durante entrevista ao programa Espaço Aberto, da Globo News, eles citaram como exemplo o acordo entre os EUA e o Chile, assinado recentemente, que concede mais vantagens comerciais aos americanos do que ao Mercosul, ao qual o Chile é membro associado. "É possível que haja uma erosão da margem de preferências que o Brasil dispunha, o que vai acarretar uma compra maior de produtos americanos ao invés de continuarmos a suprir o mercado chileno", destacou o embaixador. Brasil deveria eleger prioridades O embaixador Rubens Barbosa disse que o Brasil vem negociando muitos acordos comerciais ao mesmo tempo de uma forma dispersa e que o País não tem como dar conta. "Nós estamos estendendo muito a nossa rede em muitas áreas e estamos perdendo um pouco o foco", frisou Barbosa. Ele acha que o País deveria priorizar as negociações multilaterais. "A primeira prioridade nossa é a OMC, porque essas negociações é que vão possibilitar uma visão clara de como fazer o equilíbrio, tanto com a União Européia quanto com a Alca", explicou o embaixador. "Então, as negociações multilaterais vão terminar, na melhor das hipóteses, em 2007. E a Alca e a União Européia vão terminar depois dessas negociações." Economista sugere diversificar exportações Se de fato há barreiras a produtos agrícolas, têxteis, calçados, entre outros, existem muitas áreas inexploradas pelo País em que não há tanta proteção, por onde o Brasil poderia ampliar o seu leque de exportações. "Aí ainda se pode fazer muito esforço, essencialmente do setor privado", ressalvou Marcos Jank. "O que depende do governo é corrigir os fundamentos macroeconômicos e a negociação muito ativa, mas muito selecionada, para buscar aqueles parceiros com os quais é possível aumentar o fluxo total de comércio."

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