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Brasil é 4º mais atraente ao capital externo

Ponto negativo, segundo relatório da Comissão Europeia, é que recursos não foram destinados à inovação, mas para atender o mercado local crescente

Por Jamil Chade e correspondente
Atualização:

GENEBRA - O Brasil foi o quarto país que mais recebeu investimentos estrangeiros no mundo nos últimos dez anos, com um total de 131 bilhões (US$ 177,32 bilhões), superado apenas por China, Estados Unidos e Índia. Os dados, publicados ontem pela Comissão Europeia, apontaram que o volume de negócios se aproxima do volume recebidos pelos Estados Unidos. O obstáculo, porém, é que esses investimentos não foram destinados à inovação ou em pesquisa, e sim para atender a um mercado local em crescimento e também no setor de produtos primários.As estimativas apontam que 980 projetos desembarcaram no País nestes últimos dez anos, criando mais empregos que nos Estados Unidos.No Brasil, as multinacionais criaram 411 mil postos de trabalho entre 2003 e 2012. Nos Estados Unidos, o volume de investimentos estrangeiros criou 410 mil empregos. Por esse critério, o Brasil só perde para China e Índia em termos de empregos criados graças aos investimentos externos. Na China, o número chegou a 1,5 milhão, ante 900 mil na Índia. No Reino Unido, por exemplo, o volume de empregos criados foi de apenas 95 mil em dez anos. Na década, porém, o maior destino de investimentos foi mesmo a China, que recebeu 325 bilhões (US$ 440 bilhões) em 4,3 mil projetos desde 2003. O volume é duas vezes superior ao segundo colocado, os Estados Unidos, com 166 bilhões (US$ 224,7 bilhões) e 2,6 mil novos projetos. Perfil. Se o Brasil foi uma das atrações da última década como destino de investimentos, os dados revelam que o perfil desses projetos não ajudou o País a mudar de grau em termos de desenvolvimento tecnológico. Do total que se investe por multinacionais pelo mundo em pesquisa e desenvolvimento, a América Latina recebeu apenas 3% do total nos últimos dez anos. Os europeus destinaram apenas 0,8% do que aplicam em inovação na América Latina. No caso das empresas japonesas, o valor foi ainda menor: 0,03%. Já os americanos destinaram 1,9% de seu orçamento em inovação para projetos nas economias da América latina. Ainda assim, o valor é muito inferior aos 21% na Europa e aos 41% no restante dos Brics, especialmente China e índia. O Brasil ainda não aparece sequer entre os dez maiores investidores no mundo. Nesse caso, a liderança é claramente dos países ricos. Os Estados Unidos investiram 505 bilhões (US$ 683,5 bilhões) e geraram 1,8 milhão de empregos pelo mundo em 8,2 mil projetos em todos os continentes. No segundo lugar está o Japão, com 289 bilhões (US$ 391,19 bilhões) investidos pelo mundo na década, ante 205 bilhões (US$ 277,5 bilhões) pela Alemanha. O único país emergente na lista dos mais maiores investidores é a Coreia do Sul, com 96 bilhões (US$ 130 bilhões) investidos.

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