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Brasil e Argentina buscam acordo de livre-comércio entre Mercosul e EUA

Governos dos dois países acreditam que o tratado com a União Europeia abre espaço para negociação com os Estados Unidos

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Por Renata Agostini
Atualização:

BRASÍLIA - Os governos do Brasil e da Argentina querem aproveitar que o acordo com a União Europeia foi concluído para inaugurar conversas do Mercosul com os Estados Unidos sobre a formação de uma área de livre-comércio. O presidente da Argentina, Mauricio Macri, falou na quinta-feira, 4, publicamente sobre essa intenção. Uma fonte do governo brasileiro confirmou ao Estado que há interesse mútuo de que a pauta avance.

Bolsonaro e Macri se abraçam em cerimônia no Itamaraty. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O tema foi abordado, inclusive, entre representantes de Argentina e Brasil na semana passada em Bruxelas, onde foi concluída a negociação para o acordo entre Mercosul e União Europeia.

Há avaliação de que o bloco sul-americano está diante de uma janela de oportunidade única. De um lado, há dois governos com visão liberal no comando de Argentina e Brasil ­­– países que têm posição de liderança no Mercosul frente a Uruguai e Paraguai. Além disso, o presidente americano, Donald Trump, demonstrou ver com bons olhos estreitar a relação com Jair Bolsonaro e Macri.

Há ambiente favorável nos Estados Unidos para que o assunto seja pautado diante do mandato dado pelo Congresso americano ao Executivo para negociar acordos comerciais. Há clima, portanto, para que conversas com Mercosul possam prosperar. Em março, durante visita de Bolsonaro aos Estados Unidos, a possibilidade de abertura de negociações comerciais foi apresentada aos americanos, segundo uma fonte a par das conversas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, discutiram de maneira preliminar o tema com o secretário de Comércio, Wilbur Ross, e com o principal negociador comercial da Casa Branca, Robert Lightizer. Houve boa receptividade, mas essa fonte lembra que, no momento, toda a energia do governo americano está voltada para a disputa comercial com a China.