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Brasil e Argentina discutem como reativar comércio bilateral

Regime automotivo, barreiras alfandegárias e nova linha de crédito estão na pauta de reunião em Buenos Aires

Por Ariel Palácios e correspondente
Atualização:

BUENOS AIRES - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, chega hoje à Argentina para reunião com representantes da área econômica do governo da presidente Cristina Kirchner. Eles analisarão formas de reativar o comércio bilateral, que caiu 17% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2013.Um dos temas a serem tratados é a implementação de mecanismos alternativos de financiamento que viabilizem o fortalecimento do comércio bilateral. O Brasil está disposto a abrir uma linha especial de crédito para a Argentina e deve discutir as bases da medida. A agenda entre os dois países também está marcada pelas barreiras alfandegárias aplicadas pelo governo Kirchner. Entre os produtos brasileiros com problemas para entrar na Argentina estão os veículos, fato que preocupa a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Luiz Moan, reuniu-se na semana passada com a presidente Dilma Rousseff para falar do tema.As exportações de veículos brasileiros para o mercado argentino caíram 32% no primeiro trimestre.Os dois países também estão atrasados na negociação do novo regime automotivo, já que o atual, que completou cinco anos, vence em julho. As discussões sobre o assunto estão emperradas desde o ano passado.Mercado. Não são apenas as barreiras que impedem carros brasileiros de entrar na Argentina. Com a crise local, as próprias empresas deixam de fazer encomendas. José Manuel de la Sota, governador da província de Córdoba - que concentra a maior parte das empresas de autopeças - disse que o mercado doméstico de automóveis "está caindo aos pedaços". Ele criticou a presidente Cristina pelos aumentos "exagerados" de impostos sobre veículos. Segundo ele, o setor automotivo emite sinais de alerta com demissões em pequenas empresas de autopeças e metalúrgicas, além da Iveco e Renault. A Volkswagen negocia com o sindicato uma alternativa às demissões.

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