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Brasil e Argentina discutem crédito na compra de veículos

Objetivo da medida é destravar as vendas de carros para o país vizinho, responsáveis por 12% da produção brasileira

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Representantes dos governos e das montadoras do Brasil e da Argentina pretendem concluir, na terça-feira, um plano de financiamento às compras de veículos brasileiros pela Argentina. A medida, se aprovada, deve ajudar na recuperação de parte da produção nacional de veículos, cuja queda tem levado várias empresas a dispensarem trabalhadores por períodos de até cinco meses e a darem férias coletivas.

O encontro, antes previsto para São Paulo, será em Brasília. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, cerca de 12% da produção das montadoras locais destina-se ao país vizinho. No primeiro trimestre, as exportações de automóveis ao país, em valores, caíram 31,5%.

A proposta em análise, entretanto, enfrenta resistências internas, e os argentinos ainda não deram seu aval. De acordo com Moan, uma das medidas é a ampliação do prazo para os argentinos pagarem as importações brasileiras dos atuais 30 dias, em média, para 90 a 120 dias. As reservas internacionais do país estão nos níveis mais baixos desde o início de 2006.

"O pagamento das importações brasileiras será feito pelo governo argentino por emissão de títulos com correção cambial", diz Moan. Hoje, não há garantia de pagamento, pois os importadores repassam pesos ao BC argentino, que não faz a conversão e o envio em dólares.

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Segundo fontes do governo brasileiro, a maior dificuldade está em conseguir garantias financeiras para os bancos privados que vão ofertar a linha. O governo brasileiro propôs mudanças no Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para viabilizar a operação. Será preciso permitir que o fundo ofereça garantias para operações com menos de 360 dias. A ideia é que as operações ocorram dentro do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR), sistema de compensação de pagamentos operacionalizado pelos bancos centrais. Em caso de inadimplência do país vizinho, o FGE será o garantidor final. Está em estudo a possibilidade de destinar R$ 1 bilhão do fundo para a operação.

/ COLABORARAM: RENATA VERÍSSIMO, ADRIANA FERNANDES e CRISTINA CANAS

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