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Brasil é notificado pela UE sobre retenção de carne

Por CÉLIA FROUFE E SUZANA INHESTA
Atualização:

O Ministério da Agricultura informou hoje que foi notificado pela Direção Geral de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia (DGSanco) sobre a retenção de um lote de 20 toneladas de carne processada com quantidade de vermífugo acima do limite aceito pelo bloco europeu. O produto tem origem em um frigorífico de Lins (interior de SP), segundo o ministério, que não identifica a empresa. Fontes afirmam que se trata da unidade de Bertin, atualmente incorporada ao grupo JBS.O JBS, por sua vez, apresentou problema semelhante com os Estados Unidos, em maio último. Desde então, toda a carne cozida vendida para o país está suspensa. Segundo previsão feita hoje pelo JBS, as exportações devem ser retomadas a partir de outubro. O ministério não indicou a expectativa da volta das vendas, pois quer aguardar a sinalização a ser dada pela missão norte-americana, que está no Brasil desde o início deste mês para inspecionar os frigoríficos. As visitas estão previstas para se estenderem até a quarta-feira da semana que vem.O Ministério da Agricultura, segundo a assessoria, conseguiu um comprometimento das principais empresas exportadoras de passarem a adotar os trâmites já acertados para retomar as vendas aos Estados Unidos com os países da União Europeia. Ontem mesmo, o Ministério repassou a notificação à empresa e abriu um processo de investigação. A alegação do frigorífico, segundo o Ministério, é a de que a carne embargada pelo bloco foi produzida em junho, portanto antes do plano de ação adotado pelas empresas que querem voltar a vender para os Estados Unidos, em conjunto com o Ministério.O plano de ação teve início na segunda quinzena daquele mês e conta com itens como conscientização de pecuaristas sobre o prazo de carência entre a aplicação do vermífugo e o abate do animal e maior rigor nas análises. Antes do problema com os Estados Unidos, o Brasil fazia parte da lista automática de venda para aquele país. Assim, tendo o aval do Ministério da Agricultura brasileiro, o produto tinha livre entrada nos Estados Unidos.Por conta da alegação do frigorífico em relação à data, a assessoria informou que a Pasta não trata do caso como "mais um" episódio sobre o problema. O ministério avalia o tema como um problema pontual e descarta a análise de que se trata de um risco sistêmico. Por enquanto, não há intenção de suspender as exportações dessa ou de qualquer outra planta para a Europa, assim como foi feito, inicialmente por iniciativa do governo brasileiro, mas que agora depende da aprovação americana, no caso dos Estados Unidos.

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