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Brasil é prioridade em pacote dos EUA para exportação

Governo Obama lança várias medidas para dobrar vendas externas até 2015; países dos Brics são alvo principal da iniciativa

Por Denise Chrispim Marin CORRESPONDENTE/ WASHINGTON
Atualização:

Com o consumo doméstico ainda estagnado, o governo dos Estados Unidos definiu ontem oito prioridades para a elevação das exportações como meio de promover a recuperação econômica. Ao receber o plano para dobrar as exportações até 2015, o presidente Barack Obama não escondeu a preocupação com a criação de postos de trabalho em um país no qual a taxa de desemprego não cedeu nos últimos meses e alcançou 9,6% em agosto.O anúncio do novo plano deu-se poucas horas antes de o Senado aprovar o pacote do governo para estimular as pequenas e médias empresas. Entre as medidas, estão a concessão de benefícios fiscais e a criação de um fundo de US$ 30 bilhões para o financiamento do setor. Essa era uma das principais iniciativas da Casa Branca para injetar mais ânimo na produção e no comércio interno do país."Mais companhias americanas exportarão, mais elas produzirão. Quanto mais produzirem, mais pessoas contratarão. Isso significa mais empregos - bons empregos que, frequentemente, pagam salários em torno de 15% acima da média", afirmou Obama, em linguagem professoral.O plano tem no Brasil, na China e na Índia os principais alvos. Os três mercados são mencionados como essenciais em quatro das oito prioridades definidas - a realização de mais missões comerciais, o aumento do financiamento do Ex-Im Bank a obras de infraestrutura no exterior, a assistência a exportadores americanos para conquistar novos mercados e a redução das barreiras a produtos "Made in USA".Além dessas iniciativas, o plano prevê a expansão das linhas de crédito para a produção voltada às exportações, o estímulo para que pequenas e médias empresas expandam seus embarques ao exterior, a promoção das vendas de serviços, a melhoria das condições macroeconômicas e o reforço da advocacia comercial, para desmantelar barreiras resultantes da falta de transparência, do favorecimento e da corrupção em vários mercados.Salto. A iniciativa de elevar as exportações americanas foi anunciada há seis meses, quando Obama fez seu relato ao Congresso sobre o Estado da União. A meta envolve um salto nas exportações de US$ 1,571 trilhão em 2009 para US$ 3,142 trilhões em 2015. Nas contas do Departamento de Comércio, o objetivo dependerá de um aumento médio de 15% nos embarques por ano. Obama acentuou ontem que se trata de uma meta que "pode ser alcançada" - apesar de, entre janeiro e julho, as exportações americanas terem recuado 7,2% ante igual período de 2009.A equipe que elaborou o plano detectou que, entre 2004 e 2008, o número de empresas exportadoras dos EUA aumentou de 233 mil para 289 mil. Entretanto, há dois anos, 58% delas exportavam apenas para um único país.PRINCIPAIS MEDIDASMissões comerciais Uma das prioridades do governo é aumentar a quantidade de missões comerciais ao redor do mundo, com destaque para Brasil, Rússia, Índia e ChinaFinanciamentoPor meio do Ex-Im Bank, EUA querem elevar financiamentos a obras de infraestrutura em outros paísesGuerra comercialPaís quer se organizar melhor para derrubar barreiras aos produtos americanos no mundo Apoio a exportadoresGoverno promete apoiar mais fortemente os exportadores

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