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Brasil é uma oportunidade para a Ucrânia, afirma Lula

Presidente diz que comércio bilateral chegou a US$ 1 bi em 2008, mas poderia ter atingido até US$ 4 bi

Por Tania Monteiro e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Em discurso para cerca de 200 empresários na Câmara de Comércio Brasil Ucrânia, em Kiev,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu maior entrosamento entre os dois países, destacando que o comércio bilateral, em 2008, chegou a US$ 1 bilhão, mas poderia ter atingido US$ 3 bilhões ou US$ 4 bilhões. "Embora a comunidade ucraniana esteja no Brasil há 120 anos, do ponto de vista de relações políticas e comerciais, ainda somos virgens", declarou o presidente, sob aplausos e risos do presidente ucraniano, Victor Yushchenko e da plateia de empresários.

 

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Lula falou da diversificação da balança comercial no Brasil, iniciada em seu governo, lembrando que 60% do fluxo da balança comercial estava dividido entre União Europeia e Estados Unidos e que no seu primeiro mandato decidiu diversificar com outros parceiros comerciais para ficar menos dependente.

 

"Redescobrimos a America do Sul e a America Latina, descobrimos a África, e passamos a olhar para o Oriente Médio, além da Ásia, entre outros", afirmou Lula sugerindo que os ucranianos façam o mesmo. "Saímos de uma balança comercial de US$ 60 bilhões para US$ 200 bilhões e é pouco, muito pouco se olharmos a potencialização que existe com vários países", afirmou. Segundo ele, o Brasil é uma oportunidade para a Ucrânia e a Ucrânia é uma oportunidade para o Brasil.

 

Ele citou vários setores que poderão ampliar as suas relações, como o de fertilizantes, que o Brasil é um grande importador. "Por que não construímos uma joint venture para fabricar fertilizantes que o Brasil precisa?", questionou.

 

Segundo o presidente, se o mundo quiser mudar a sua matriz energética vai ter que fazer parceria com o Brasil. "O Brasil não vai parar de crescer e os investimentos públicos não vão parar. Vamos construir mais ferrovias, estradas e hidrelétricas. Nós trabalhamos com a convicção de que em breve seremos a quinta economia do mundo. Aprendemos que a economia pode crescer sem inflação e que a balança comercial pode crescer sem asfixiar o mercado interno" disse.

 

Lula reiterou que a crise "pode assustar algumas pessoas, mas que é uma oportunidade para se sair mais fortalecido dela". Ele lembrou que o Brasil entrou por último na crise e saiu primeiro, e voltou a criticar os responsáveis pela crise financeira mundial. "Ninguém pode emprestar o que não tem. Não pode ganhar dinheiro vendendo papel ou coisas que não existem, ou apenas especulando com commodities", afirmou o presidente, ao lembrar que, por causa disso, começou a faltar soja e até feijão.

 

Ele defendeu mais uma vez reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que o G-20 tem de regular os mercados. "Em economia não existe mágica, existe seriedade. Não precisa ser grande economista, da Sourbone ou de Harward para fazer um bom governo nessa questão de administração econômica. É só usar a experiência do povo comum, que não compra o que não pode pagar. Se os países fizessem o que está ao seu alcance, se endividando dentro da margem que podem pagar, as crises de 1990 e de agora não teriam existido", disse.

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Por isso mesmo, destacou, este é o momento de buscar novos parceiros. Segundo Lula, a parceria entre países semelhantes como o Brasil e a Ucrânia é mais eficaz "do que ser encolhido por multinacionais que não tem preocupação com o emprego aqui, ou no Brasil". Lula propôs que em um ano haja um salto no comércio entre os dois países afirmando que isso é um desafio que são importantes para o ser humano. "Sem desafio ele (o empresário) entra em depressão e vai ter de gastar dinheiro com analista e para que ele não tenha depressão é melhor ele viajar e fazer negócio".

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