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Brasil economiza mais do que FMI exige

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil cumpriu as metas com o Fundo Monetário Internacional (FMI) referentes ao terceiro trimestre de 2002, afirmaram o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Arno Meyer, e o chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy. A principal meta foi cumprida com folga: o resultado primário do setor público consolidado (diferença entre receitas e despesas, exceto gastos com juros, das contas dos governos federal, estaduais, municipais e empresas estatais) teve um saldo acumulado de janeiro a setembro de R$ 47,6 bilhões, R$ 6,6 bilhões a mais do que os R$ 41 bilhões que o Fundo exigia. Com isso, o Brasil ganhará direito a uma nova parcela do empréstimo do Fundo, no valor aproximado de US$ 3 bilhões, após a reunião da diretoria do FMI, marcada para 18 de dezembro. Esse dinheiro deverá, na prática, reforçar as contas externas do próximo governo. "Deveremos cumprir a meta para dezembro também", disse Levy. O valor acertado para o ano é R$ 50,3 bilhões. Por outro lado, a dívida líquida do setor público consolidado estava em R$ 885,2 bilhões em setembro, contra R$ 810 bilhões previstos no acordo. Ou seja, a meta foi descumprida, por causa do efeito da alta do dólar sobre o estoque da dívida corrigida pela variação cambial. No entanto, essa é uma meta indicativa e o fato de tê-la "estourado" não tem conseqüência prática para o Brasil. Se o problema tivesse ocorrido no resultado fiscal, por exemplo, o País perderia o direito a sacar a parcela de US$ 3 bilhões. Ajustes Para 2003, algumas projeções deverão ser ajustadas. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), previsto em 1,5%, deverá ser ligeiramente rebaixada, para cerca de 1,3%. Por outro lado, o saldo da balança comercial, estimado em US$ 6 bilhões, subirá para pelo menos US$ 11 bilhões. Em decorrência disso, o déficit em conta corrente deverá cair dos US$ 18,5 bilhões inicialmente estimados para US$ 11 bilhões. A taxa de câmbio também será ajustada para além dos R$ 3,50. A atividade econômica de 2003 também será ligeiramente pior do que o esperado, dada a perspectiva de inflação mais alta. A taxa de crescimento, projetada em algo entre 2,5% e 3,5%, ficará mais próxima de 2%. Por outro lado, o saldo comercial projetado para o ano era de R$ 8 bilhões, será quase dobrado: US$ 15 bilhões, resultando um déficit em transações correntes de US$ 8,9 bilhões.

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