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Brasil emite US$500 mi no exterior após grau de investimento

Por ELZIO BARRETO
Atualização:

O Brasil vendeu 500 milhões de dólares do seu bônus denominado em dólar com vencimento em 2017 nesta quarta-feira, aproveitando os custos menores de financiamento no mercado externo, depois que o país obteve o grau de investimento na última semana. A emissão quebrou um jejum de quase um ano --o governo havia vendido bônus no exterior pela última vez em junho de 2007. O bônus, que paga cupom de 6 por cento, foi vendido com um spread de 140 pontos-base acima dos Treasuries, no menor patamar da banda sugerida pelos bancos que gerenciaram a operação --Deutsche Bank e HSBC. O papel rendeu uma taxa de retorno de 5,299 por cento aos investidores, a mais baixa já paga neste papel e frente a uma taxa de 5,888 por cento quando o governo ofereceu o título pela última vez, em abril de 2007, informou o Tesouro nesta quarta-feira. "A demanda foi boa", disse um técnico do Tesouro a jornalistas, sem dar detalhes. A agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a nota do Brasil em um degrau, para BBB-, na última quarta-feira. A nota é dada a países considerados de menor risco e abre espaço para que investidores estrangeiros mais conservadores, como fundos de pensão, apliquem no país. "Faz sentido para o governo usar essas janelas de oportunidade", disse Susanne Gahler, gerente de fundos de dívida de mercados emergentes do F&C Asset Management em Londres. "Foi uma boa operação, nós definitivamente acompanhamos." "A despeito de o país ter pago taxas menores do que as do ano passado, os prêmios podem cair ainda mais quando o Brasil conseguir o selo de grau de investimento também de outras agências de classificação de risco", disse Frederico Azzi, chefe da área internacional da corretora López León. Mais tarde, o Tesouro confirmou que a operação havia sido estendida ao mercado asiático, com oferta adicional de 25 milhões de dólares. A liquidação financeira da emissão ocorrerá no dia 14 de maio. BÔNUS DE 30 ANOS Em entrevista à Reuters, nesta tarde, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que o país "nunca deixou o mercado externo", mas o Tesouro entendia que as condições externas não estavam favoráveis a emissões. "A turbulência internacional diminuiu, as coisas aos poucos foram se acalmando", disse. Segundo Augustin, o governo brasileiro planeja emitir papéis denominados em reais no mercado externo com prazo de 30 anos ainda em 2008. (Com reportagem adicional de Isabel Versiani, em Brasília, Aluísio Alves, em São Paulo, e Walter Brandimarte, em Nova York)

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