PUBLICIDADE

'Brasil entra no clube de países mais respeitados', diz Mantega

Em coletiva, ministro da Fazenda diz que 'estamos todos de parabéns' pela conquista do grau de investimento

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a chegada do investment grade na classificação da Standard & Poor's coloca o Brasil no clube dos países mais respeitados e sérios e mostra que o Brasil é uma economia sólida e atraente para os investidores. Ele destacou que o  investment grade se torna mais importante pelo fato de ter sido concedido em meio a uma crise internacional. Veja também: Grau de investimento neste cenário é significativo, diz Meirelles Com investment grade, Bovespa bate recorde histórico Como o presidente sempre diz, 'nunca antes neste País...' 'Brasil entra no clube dos mais respeitados', diz Mantega Investment grade reflete boa política econômica, diz S&P Entenda o que muda no Brasil Segundo o ministro, esse reconhecimento veio a partir do crescimento mais forte da economia, que se expande acima de 5%, e dos fundamentos sólidos, já que o País tem mantido o equilíbrio nas contas públicas. Ele destacou o resultado das contas públicas, que mostrou superávit nominal no primeiro trimestre. Mantega parabenizou "os brasileiros e governos" pela obtenção da nota. A decisão ofuscou a decisão de corte de juros nos Estados Unidos para o mercado financeiro doméstico. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disparou depois da notícia, recuperando rapidamente 65 mil pontos e já operando aos 66 mil pontos. Dólar e juros despencam. Entre outras coisas, a S&P elevou o rating do Brasil para "BBB-" (investment grade), elevou o rating da dívida/moeda estrangeira de "BB+" para "BBB-", o rating dívida em moeda local de longo prazo de BBB p/BBB+; e manteve a perspectiva dos ratings de longo prazo do Brasil em estável. O ministro disse que o investment grade é fruto do reconhecimento internacional. Segundo o ministro, um dos fatores que levaram o Brasil a chegar a essa posição foi o resultado fiscal das contas públicas. Mantega disse que as despesas nominais no primeiro trimestre deste ano cresceram menos que o Produto Interno Bruto (PIB) nominal. "Aqueles que dizem que não controlamos as despesas estão equivocados", disse. Ele destacou também que a relação dívida/PIB caiu, em abril, para 41,2%, ante 42,2% registrados em fevereiro. A segunda razão para a concessão do grau de investimento ao Brasil, no entender do ministro, é a inflação sob controle. Ele disse que, apesar do momento de pressão dos preços dos alimentos na inflação em todo o mundo, o Brasil está em uma "situação favorecida". "A nossa inflação é inferior à da maioria das taxas inflacionárias dos países emergentes", disse o ministro. Destacou que, apesar do cenário mundial da crise de alimentos, a economia brasileira consegue estar dentro da meta de inflação. "Outros países já ultrapassaram a margem da meta", afirmou. Ele atribuiu o grau de investimento também à redução da vulnerabilidade externa por meio da elevação das reservas internacionais. IOF O ministro afirmou que o governo não estuda, nesse momento, uma nova elevação do IOF para conter a valorização do real ante o dólar, que ele reconheceu que será amplificada pela obtenção do investment grade. "Neste momento, não há estudo para aumentar o IOF", disse Mantega. "Mas se estourar a Terceira Guerra Mundial, se houver um problema sistêmico, a cada momento examinaremos a situação e daremos a resposta adequada." O ministro reafirmou o compromisso do governo com o regime de câmbio flutuante, que, segundo ele, é o mais eficiente, e se ajusta de acordo com as mudanças na economia. Ao ser indagado sobre aceleração no déficit da conta corrente, Mantega ponderou que o próprio saldo negativo acaba por, em algum momento, afetar a taxa de câmbio, no sentido de desvalorizar o real. Outro fator que ajuda a compensar parcialmente o estímulo à valorização do real por conta do investment grade é o aumento das importações. Embora descarte medidas na área financeira para conter a valorização do real, Mantega destacou que o governo trabalha em um programa de "forte estímulo" para exportação de produtos manufaturados no âmbito da política industrial. Juros O ministro previu que a concessão do grau de investimento deve reduzir o risco País e as taxas de juros no Brasil. "A conseqüência do investment grade é que o risco do País deve cair, e as taxas de juros ficarão menores para o tomador de empréstimo no Brasil", declarou o ministro, em pronunciamento à imprensa. Ele acrescentou: "Estamos numa posição favorável para continuarmos crescendo. Para o grau de investimento, é importante uma posição fiscal e cambial sólida, com o crescimento da economia. E nós conseguimos conciliar a questão fiscal com um crescimento robusto." Mantega destacou que, se for retirado do índice de inflação o preço dos alimentos, a inflação brasileira é de 3% a 3,5%. Ele observou que esse tipo de raciocínio é usado nos Estados Unidos, onde o núcleo da inflaçãoé calculado excluindo-se alimentos e combustíveis. E,com isso, disse o ministro da Fazenda, a inflação nos EUA cai de 4% para 2%. "Estamos próximos das taxas de inflação dos Estados Unidos. Não sei se isso é bom ou ruim", disse. Ele lembrou que a União Européia tem uma média inflacionária de 3,5%. "O Brasil tem tudo para comemorar. A política econômica do presidente Lula vai bem. Estamos colhendo o reconhecimento internacional", declarou Mantega. Alimentos Sem adiantar detalhes ,Mantega anunciou que o governo irá lançar um programa de estímulo ao crédito agrícola, junto com o anúncio do Plano de Safra 2008/2009. As linhas do programa foram discutidas hoje à tarde entre ele, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e técnicos do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Segundo Mantega, o Brasil é hoje o país em melhor posição para, diante da crise internacional, elevar a oferta de produtos agrícolas. Afirmou que a elevação dos preços internacionais por si só estimula o crescimento dos investimentos no setor agrícola, mas o governo vai buscar ampliar estes investimentos para que haja crescimento na oferta de alimentos brasileiros, tanto interna quanto externamente. Texto atualizado às 18h10

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.