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Brasil espera negociar acordos com a Alemanha ainda em 2015, diz Dilma

Dilma avaliou que ela e Merkel coincidiram na importância de ampliar o comércio bilateral, com exportações de maior valor agregado por parte do Brasil

Por e Lisandra Paraguassu
Atualização:

Atualizado às 15h40

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BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff classificou como histórica a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil, pelo formato inovador que inaugurou os trabalhos do mecanismo de consulta de alto nível entre os dois países. "A visita atesta a solidez e cooperação bilateral. Diante dos cenários de incerteza quanto à recuperação da economia, sabemos o quanto é importante essa parceria", afirmou Dilma, em declaração à imprensa após o encontro com a chanceler alemã no Palácio do Planalto, em Brasília.

Dilma avaliou que ela e Merkel coincidiram na importância de ampliar o comércio bilateral, com exportações de maior valor agregado por parte do Brasil e relatou ter reafirmado a posição do governo brasileiro de continuar o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul. "Esperamos a troca de ofertas ainda em 2015. Ressaltei ainda as oportunidades de investimentos alemães no Brasil, especialmente em infraestrutura e em energia elétrica", afirmou a presidente brasileira.

Governo brasileiro quercontinuar o acordo entre União Europeiae Mercosul Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Dilma pediu que empresas alemãs participem dos processos licitatórios no País, tanto na segunda etapa das concessões do programa de investimento em logística, quanto nos investimentos em energia, "com foco em energia renovável e energia elétrica nos chamados grids inteligentes". "Reitero o convite para que alemães participem do programa de investimento em logística", disse.

A presidente citou a "concordância" dos dois países em cooperação ambiental e o compromisso brasileiro de redução de 36% nas emissões até 2020. Segundo ela, é uma meta que "estamos cumprindo adequadamente". Dilma repetiu as metas anunciadas para 2030 que serão ratificadas na reunião sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro, como restauração e recuperação de 12 milhões de hectares, o desmatamento zero e a neutralização de carbono associada ao fim da supressão (desmatamento) da Amazônia.

A presidente brasileira pediu o fim de barreiras sanitárias para produtos agropecuários brasileiros e ainda defendeu a posição conjunta brasileira e alemã pela reforma do Conselho de Segurança da ONU. "Além dessa pauta bilateral, Brasil e a Alemanha dialogam permanentemente sobre grandes temas globais. Brasil e Alemanha concordam que reforma do Conselho de Segurança da ONU é tarefa inadiável. Defendemos tornar o conselho mais representativo do mundo multipolar em que vivemos".

União Europeia. O encontro entre a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o ministro federal de Alimentação e Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, mostrou que o Brasil quer nos alemães um aliado para vencer resistências entre os demais integrantes da União Europeia para um acordo com o Mercosul.

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Segundo a ministra brasileira, não existe forma de fazer uma proposta única só para Alemanha e Brasil, tem de ser um acordo entre os dois blocos. Kátia Abreu relatou ainda que esse acordo entre os blocos, se aprovado, deve aumentar em 20% as exportações brasileiras para a União Europeia e o PIB da carne em 15%.

"Mesmo se não aumentasse as exportações, o que é impossível, teríamos o fim dos impostos", observou. "Até 1 de janeiro nós exportávamos frutas para Europa com taxa zero porque éramos considerados um País em desenvolvimento, agora somos considerados desenvolvidos e perdemos esse benefício e pagamos 9% de taxa", explicou. (Com informações de Victor Martins)

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