O Brasil manteve neste mês a sétima posição em um ranking que mede a estabilidade em 21 países emergentes. Ao contrário de estudos realizados por agências de classificação de risco e outras consultorias internacionais, que concentram as atenções nos fatores econômicos, o índice Lehman Brothers Eurasia Group Stability Index (Legsi) dá um maior peso à estabilidade política, social e a assuntos de defesa. Os seis primeiros colocados do ranking de outubro, elaborado conjuntamente pelo banco Lehman Brothers e a consultoria política Eurasia Group, foram Hungria, Polônia, México, Bulgária, Tailândia e África do Sul. A China, que foi incorporada ao ranking neste mês está na oitava posição, seguida pela Rússia. A Nigéria está no último lugar e é considerado o país mais instável. "Apesar de levarmos em conta os fortes temores do mercado com a economia brasileira, vemos nas eleições um sinal de vigor democrático, o que reforça a posição do País", disse à Agência Estado a coordenadora do estudo, Tina Nelson. "O processo eleitoral mostra que a democracia brasileira atingiu um bom grau de maturidade porque a população, ao sinalizar o desejo de mudança, ao indicar que já se cansou do modelo do governo Fernando Henrique Cardoso, tem como opção um outro caminho político. Ou seja, há maturidade democrática, pois o Brasil não é um país de apenas uma opção política.", diz o estudo. Pesou a favor do Brasil neste mês a regulamentação da lei que permite a participação de estrangeiros no capital de empresas de comunicação. "Isso representa mais abertura, mais força para os que apóiam a globalização", afirma o estudo. Em contrapartida, um fator negativo para o Brasil foi o crescimento da tensão social no Rio de Janeiro. "Os traficantes de drogas exibiram seu poder orquestrando uma rebelião no presídio Bangu 1 e subsequentes distúrbios civis em 40 bairros da cidade, confirmando que, apesar dos grandes esforços do governo, os níveis de criminalidade no Rio estão ficando fora de controle."