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Brasil está pronto para crescer, mas esbarra em juro alto, diz Mantega

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do BNDES, Guido Mantega, disse hoje que a reunião da diretoria do banco com o deputado Delfim Neto (PP-SP), realizada nesta quarta-feira, gerou a conclusão de que o Brasil "vive condições inéditas para um crescimento vigoroso". Mantega afirmou que, nesse contexto, não pensa em "mudar a política (econômica) em vigor, mas aperfeiçoar essa política, crescer 5% ao invés de 3,5%". Ele citou como boas condições para um crescimento sustentado da economia do País no momento a "modernidade da estrutura produtiva brasileira, pronta para responder os desafios da competição mundial". Para ele, "prova disso é o bom desempenho apesar do limite do câmbio e da taxa de juros desfavorável". Ele citou também as condições internacionais benéficas para o crescimento brasileiro e a estabilidade institucional e fiscal. Contudo, segundo ele, apesar de o País estar pronto para crescer, há a dificuldade das taxas de juros muito elevadas. "O País esbarra no juro alto que permite um crescimento de 3%, 3,5% e não mais que isso, além do câmbio que impede um salto maior da exportação". Para o presidente do BNDES, o juro real ideal para o Brasil hoje seria de 3% a 5%, "como os dos nossos competidores" e não os 14% atuais. Queda de juro depende de ajuste fiscal Mantega avalia que o ajuste fiscal em curso "é consistente, mas pode ser melhorado". Para ele, essa melhoria não inclui o aumento do superávit primário - diferença entre arrecadação e gastos, exceto o pagamento de juros -, mas a redução de despesas de custeio, como compras governamentais e da Previdência. O presidente do BNDES avalia que os juros vão cair mais rapidamente com a melhoria da qualidade do ajuste, aceleração dos investimentos e "política monetária adequada". Para ele, essas iniciativas poderão permitir que não sejam necessários "juros tão elevados" para controlar a inflação.

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