BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (23) que as medidas de reforma do Estado e da economia tomadas pelo governo estão fazendo com que o País saia da recessão. “O Brasil está saindo do período que marcou a maior recessão do País, mas muitos de nós ainda não têm uma visão clara a respeito. Os nossos dados indicam que estamos saindo, sim, da recessão”, afirmou, em palestra no Congresso Aço Brasil 2017.
O ministro voltou a citar dados como a curva futura de juros - que reflete o Risco Brasil -, que subiu durante a crise política de maio, mas já voltou a cair. “Os juros ainda são altos, mas o importante é trabalharmos para que a trajetória seja de queda”, completou. Meirelles também elencou o crescimento da produção nos últimos meses em setores industriais como veículos, vestuário, metalurgia, papel e celulose, informática, têxteis, calçados e a indústria extrativa. “O comércio varejista ampliado tem uma clara retomada em 2017. E o mercado de serviços também apresenta reação na ponta”, mostrou o ministro, citando dados do IBGE. No evento, Meirelles reforçou que a retomada da economia demorou a acontecer porque as empresas estavam pagando dívidas antes de voltarem a investir. “Um dos nossos desafios é recuperar a participação dos manufaturados na exportações”, acrescentou. Meirelles lembrou que o País tem contas externas bastante sólidas, com cerca de US$ 380 bilhões em reservas internacionais e forte entrada de Investimentos Diretos no País (IDP), de maneira estrutural. “Estamos com entrada líquida de dólares, o que é importante”, pontuou. Além disso, o comportamento da inflação, afirmou o ministro, dá margem para que o Banco Central continue baixando a taxa de juros Selic. “Estamos estabilizando a economia brasileira de forma consistente e sustentável. A taxa de juros de equilíbrio está caindo”, avaliou. Ele também voltou a comemorar a criação líquida de vagas de emprego formal nos últimos meses. “Isso já está em processo de ajuste e a tendência a partir de agora é acelerar”, repetiu. “As pessoas vão começar a sentir o desemprego caindo e vão perder o medo de perder o emprego. Isso influencia a confiança e o consumo”, concluiu.