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Brasil exporta 60 mil toneladas de milho para os Estados Unidos, maior produtor mundial do grão

Negociação atípica é primeira exportação de milho para Estados Unidos em 2019; empresa que realizou a transação não comentou o assunto

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Por Redação
Atualização:

O Brasil realizou nesta semana embarque de cerca de 60 mil toneladas de milho aos Estados Unidos, em um movimento atípico -já que o país norte-americano é o maior produtor e exportador do cereal, de acordo com dados publicados no terminal Eikon, da Refinitiv.

Expectativa do mercado é que a safra de grãos 2019/20, em especial da soja e do milho, matenha os bons números dos anos anteriores Foto: Divulgação

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A exportação, que marca o primeiro navio com milho do Brasil aos Estados Unidos em 2019, foi realizada pela gigante multinacional Cargill, pelo porto de Itaqui, no Maranhão, segundo informações da programação de embarcações. Procurada, a Cargill não comentou o assunto imediatamente.

O mapa interativo de monitoramento de navios da Refinitiv mostra que o cargueiro Qing Hua Shan finalizou o embarque de milho aos EUA na última quarta-feira, no terminal da Cantagalo General Grains (CGG) no Tegram, que integra o porto de Itaqui.

Esse é primeiro navio com milho do Brasil que segue aos Estados Unidos neste ano, segundo dados do Agrostat, do Ministério da Agricultura. “É apenas o primeiro, virão outros ainda”, disse à Reuters o presidente da negociante de grãos AgriBrasil, Frederico Humberg.

Questionado, o chefe operacional da CGG, Marcos Bertoni, disse que esse foi o único embarque de milho aos EUA neste ano no Tegram, terminal com logística favorável para embarques à América do Norte, pela proximidade.

De acordo com Humberg, da AgriBrasil, nos melhores momentos do mercado para exportação, “foram comprometidos pelo menos 20 navios de milho para os EUA, mas como a safra lá teve menos problemas que o imaginado, eventualmente esse número pode encolher”, com alguns cancelamentos de embarques. Humberg acredita que pelo menos dez navios, referentes a negócios realizados anteriormente, devem seguir aos EUA.

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As últimas ocasiões em que o Brasil vendeu quantidades significativas de milho para os Estados Unidos foram em 2012 e 2013, quando uma seca fez com que o país se voltasse para a América do Sul em busca de suprimentos. As exportações brasileiras de milho para os EUA totalizaram 1,7 milhão de toneladas nos dois anos, de acordo com dados do governo brasileiro.

Neste ano, contando com uma safra recorde de 100 milhões de toneladas de milho e um câmbio favorável, o Brasil —segundo exportador global do grão atrás dos EUA— deverá fechar o período com exportações recordes do cereal. Segundo a associação de exportadores Anec, serão ao menos 35 milhões de toneladas, ante cerca de 23 milhões em 2018.

No acumulado de 2019, as exportações de milho já somam 27,46 milhões de toneladas, um volume que supera com folga o total exportado em todo o ano passado.

A exportação brasileira de milho é bastante diversificada, com o país vendendo para muitos destinos. Este ano, contudo, o Brasil está vendo boa demanda de tradicionais compradores do cereal norte-americano, como o México e Colômbia, que já compraram mais de 500 mil toneladas de janeiro a agosto, segundo dados do governo.

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De acordo com informações da programação de navios, somente entre setembro e início de outubro, o México importará mais 500 mil toneladas, com negócios feitos anteriormente.

A Reuters já havia antecipado negociações de milho envolvendo Brasil e Estados Unidos, com previsão de embarques para o segundo semestre. Os acordos, realizados em condições de mercado melhores que as atuais, foram fechados quando surgiram informações sobre a ameaça de quebra de safra norte-americana, que deverá ser menor que a imaginada inicialmente.

Em junho, quando as transações foram antecipadas e os temores com perdas na colheita pelas enchentes nos Estados Unidos eram maiores, o milho na bolsa de Chicago atingiu um pico no ano acima de 4,54 dólares, enquanto atualmente é negociado em torno de 3,70 dólares por bushel. /Reuters

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