A volta da Argentina ao mercado mundial de carne bovina deverá reduzir as exportações brasileiras em maio, em relação ao volume embarcado no mesmo mês de 2001, prevê o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Edivar Queiroz. "A Argentina voltou ao mercado oferecendo produtos a preços menores. As exportações serão menores em volume e receita cambial em maio", afirma. Devido a problemas sanitários (aftosa), a Argentina ficou 11 meses sem exportar carne bovina fresca. Entre março de 2001 e fevereiro de 2002, sem a Argentina e também o Uruguai, o Brasil exportou volumes significativos de carne bovina, principalmente à União Européia. "Nosso grande problema está sendo disputar o mercado europeu com a Argentina", admite Queiroz. "Mesmo com a alta de ontem do dólar no mercado brasileiro, a arroba do boi gordo vale bem menos na Argentina." O presidente da Abiec calcula que o boi gordo na Argentina vale entre US$ 12 e US$ 13 a arroba, acima dos US$ 17 em São Paulo. As escalas de abate de boi gordo continuam curtas, montadas para três dias, mas os frigoríficos evitam elevar os preços de compra em São Paulo, informa o analista da Scot Consultoria, Stavros Platon Tseimazides. "Os frigoríficos paulistas compram em outros Estados para evitar uma alta de preços no mercado de São Paulo", afirma.