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Brasil fica para trás no mercado de tecnologia

País responde por menos de 0,1% das exportações mundiais de produtos da área

Por Jamil Chade
Atualização:

GENEBRA - O Brasil ficou de fora do setor mais dinâmico da economia mundial, o de produtos de tecnologia da informação e de comunicação. Dados divulgados ontem pela ONU revelam que o País representa menos de 0,1% das exportações mundiais de celulares, computadores, tablets, circuitos integrados e outros produtos. Em 2012, último dado disponível, as empresas brasileiras de tecnologia exportaram US$ 1,3 bilhão, de um total de US$ 1,8 trilhão. Em 2005, o País havia vendido bem mais para o exterior, num mercado menor: US$ 3,7 bilhões, quando as exportações mundiais foram de US$ 1,4 trilhão. Nesse mesmo período, a participação de setor de tecnologia na pauta de exportações do Brasil também caiu: de 3,1% para 0,55%, justamente no momento em que esse mercado explodiu. Hoje, esse segmento já superou em valor o comércio mundial de produtos agrícolas e mesmo de carros. Com 11% do volume de exportações internacionais, o setor é fortemente dominado pela China, que fornece hoje 30% de todos os produtos. De uma forma geral, 20% das exportações de países em desenvolvimento hoje são compostos pelo setor de tecnologia. Dois terços do mercado são dominados pelos emergentes.A China lidera, com vendas de US$ 554 bilhões, mais do que todos os países ricos juntos. Ela é seguida por Hong Kong e Estados Unidos. Em quarto lugar vem Cingapura, com US$ 115 bilhões - cem vezes mais que o Brasil. Taiwan e Coreia já superaram o Japão, enquanto a Malásia passou a Alemanha no ranking do maiores vendedores de produtos de tecnologia da informação.Entre os latino-americanos, o México é o único entre os dez maiores, com 3% do mercado mundial e vendas de US$ 62 bilhões, quase 30 vezes as vendas brasileiras. O Brasil é superado até mesmo pela Costa Rica, com vendas de US$ 2,2 bilhões por causa de uma fábrica da Intel que está instalada no país. Costa Rica é um ponto fora da curva, porque chega a vender sozinho mais do que todas as economias da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Mas, se as vendas brasileiras despencaram, as importações tiveram alta recorde, de US$ 5,8 bilhões em 2007 para US$ 19,6 bilhões em 2012. O setor representa 8% de todas as compras do País e coloca o Brasil perto dos 20 maiores consumidores. Os emergentes respondem por 54% das importações de bens de tecnologia da informação. Entre 2010 e 2012, as importações nesses mercados aumentaram em até 11%. Mas ficaram estagnadas nos mercados ricos.

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