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Brasil ganha apoio da OCDE contra protecionismo

Por Agencia Estado
Atualização:

De acordo com a política oficial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de incentivo à concorrência livre e eqüitativa - a começar pela supressão dos subsídios agrícolas -, o diretor-geral da instituição, Donald J. Johnston, prontificou-se nesta segunda-feira, em Paris, a reforçar a posição do Brasil nas negociações para retirar as barreiras protecionistas que dificultam o acesso dos países do Sul ao mercado dos países do Norte. No final do encontro do ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, e do embaixador Marcos Azambuja com Donald Johnston e o diretor-adjunto, Seiichi Kondo, ficou acertado o princípio da cooperação bilateral para reduzir o protecionismo. Nos próximos 40 dias, o governo brasileiro transmitirá à OCDE, que já possui banco de dados sobre a matéria, uma série de análises sobre o impacto negativo causado aos países em desenvolvimento pelas políticas agrícolas subvencionadas dos países ricos, em particular da União Européia (UE) e dos Estados Unidos. Pelo que ficou combinado, essa documentação será distribuída para os representantes dos 25 países membros da OCDE a fim de que se faça - na perspectiva das próximas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) - uma análise mais direta e precisa do mundo industrializado sobre os efeitos perversos do atual modelo de mercado para os produtos agrícolas. Com a mesma finalidade, técnicos brasileiros e da OCDE se reunirão em novembro para a elaboração de novos estudos sobre o assunto. "Os dirigentes da OCDE nos pediram, por exemplo, os últimos dados sobre os problemas criados em torno da comercialização do açúcar, do algodão, da soja e do suco de laranja", disse o ministro brasileiro à Agência Estado. "É muito importante para nós que a OCDE tenha essa posição construtiva na questão. A idéia do Brasil é a de ver a organização engajada mais ainda na avaliação e na correção das distorções das políticas agrícolas atuais." Quanto à UE, o ministro da Agricultura observou que o essencial é a execução do plano já anunciado por Bruxelas - "mas ainda não definido" - para a separação da política européia de subsídios e outros apoios internos à produção agrícola do programa de sustentação da renda do agricultor. "A partir do momento em que executar o plano, o produtor europeu estará financeiramente protegido, ao mesmo tempo em que seu colega do Sul terá a oportunidade de ter acesso ao mercado internacional sem sofrer a carga causada pelo excesso de subsídios geradores das perversões ora registradas nas relações de trocas." O assunto está na pauta da conversa de Pratini com o comissário da UE para o Comércio, Pascal Lamy, quarta-feira em Londres. Depois, ambos participam do seminário organizado pela revista The Economist sobre o tema "Qual o projeto agrícola para a Europa?"

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