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Brasil ganha apoio de ong contra subsídios, na OMC

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de ser apoiado pela Tailândia e pela Austrália, o Brasil ganha um novo aliado na sua tentativa de questionar na Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios europeus ao açúcar. Desta vez, quem sai em defesa do Brasil é a Oxfam, uma das principais organizações não-governamentais. A entidade pressiona os europeus a mudarem de postura e publicou um estudo onde mostra que a política açucareira de Bruxelas gera o empobrecimentos dos agricultores nos países em desenvolvimento, como no Brasil. O Itamaraty prepara, para as próximas semanas, um ataque ao regime de açúcar da União Européia (UE) na OMC sob a alegação de que os subsídios dados pelos europeus aos produtores de açúcar da região acabam distorcendo o mercado internacional. O resultado, portanto, é uma queda nas exportações brasileiras. De fato, a Oxfam afirma que os subsídios dados pelos governos desde 1967 fez da Europa o maior exportador de açúcar do mundo, apesar da ineficiente produção no continente. Segundo a ong, o custo de produção do açúcar na Europa é três vezes maior que no Brasil. Enquanto a produção de uma tonelada custa US$ 660 na Europa, o valor cai para US$ 280 no Brasil. "Em um mundo sano, a Europa estaria importanto açúcar. Mas com os subsídios, os europeus se tornaram o maior exportador do mundo, com 40% do mercado internacional", afirma a Oxfam. A ong ainda lembra que os contribuintes europeus pagam, todos os anos, cerca de US$ 1,5 bilhão para sustentar o setor açucareiro da UE. Bruxelas argumenta que, apesar dos custos, está ajudando a manter a renda e o nível de vida dos pequenos agricultores europeus. Mas a Oxfam rejeita o argumento. Segundo a ong, apenas 4% dos fazendeiros europeus se dedicam à produção de açúcar, o que não explicaria o volume de subsídios. Além disso, as maiores beneficiadas com os subsídios são apenas quatro empresas: a Sudzucker, da Alemanha, a Danisco, da Dinamarca, a franco-italiana Eridania Beghin-Say, e a British Sugar. Juntas, essas companhias representam metade da produção européia de açúcar. O pior, na avaliação da Oxfam, é que o tema sequer faz parte da reforma da política agrícola européia, que tem como objetivo reavaliar os subsídios dados aos fazendeiros. "A saída parece ser mesmo levar o caso à OMC", completou um especialista da ong.

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