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Brasil ganha novo status entre os grandes grupos

Crescimento econômico reforça interesse das redes globais de agências em investirem no País

Por Marili Ribeiro e CANNES
Atualização:

O mercado brasileiro de propaganda está no radar dos conglomerados de comunicação global como nunca esteve no passado. A visibilidade obtida com a chegada do grau de investimento acendeu um alerta nos negócios da comunicação. Com a possibilidade de mais dinheiro entrando no País, mais investimentos devem ser feitos em promoção de mensagens publicitárias. O otimismo em relação ao País foi detectado em consultas feitas pelo Estado a alguns dos altos executivos dos maiores grupos globais. "O Brasil representa menos de 20% de nossa receita, mas vem crescendo rapidamente", diz Simon Sherwood, diretor de operações do grupo BBH. "A nossa operação tem sido direcionada para incentivar o desempenho local, o que deve ganhar reforço com o crescimento da base de clientes globais da BBH, em especial os que passarem a investir mais no Brasil." E se Sherwood aposta no incremento da sociedade com a agência brasileira NeogamaBBH, o presidente do McCann WorldGroup, John Dooner, não descarta aquisições de novas agências ainda este ano. A McCann-Erickson foi uma das primeiras agências internacionais a chegar ao Brasil, em 1937, e sempre ocupou posição de destaque no ranking das maiores agências em operação no País. "Uma das razões para a nossa confiança no País está no talento dos profissionais brasileiros", diz Dooner. "Os publicitários do Brasil são reconhecidos por seu talento em Nova York, Londres ou Canadá. É um fato relevante que o Brasil está exportando criatividade e também ótimos profissionais, em especial para a área de mídia digital, e com grande sucesso." A reputação da criatividade brasileira, somada ao cenário econômico favorável, foi o que motivou Nigel Morris, presidente da rede Isobar Worlwide, a comprar em 2007 a agência Click, de serviços online e, há dois meses, a agência Age, de propaganda tradicional. "Estamos confiantes que poderemos crescer junto com o País", diz. Mais cauteloso na avaliação sobre as perspectivas de seu grupo no mercado nacional, Jean-Marie Dru, presidente do grupo TBWA, diz que, apesar de a rede estar atenta às oportunidades de crescimento por meio de novas aquisições, no Brasil o cenário será um pouco diferente. "Estamos otimistas com o trabalho que temos a fazer com a nova Lew,Lara\TBWA", diz, referindo-se à recente compra de participação majoritária dessa agência. Antes, as sociedades feitas pelo grupo não prosperaram e os negócios acabaram desfeitos. "O Brasil é um mercado-chave para nós porque é um mercado-chave para nossos clientes", diz Dru. Mais do que isso, ele ainda vê no mercado local alguns ensinamentos para o mercado mundial. "Os profissionais brasileiros conseguiram manter formas de remuneração para o negócio da propaganda que são compensadoras, especialmente num momento em que as ações de não mídia (eventos, promoções, ações virais), avançam no mercado global." No Brasil, as agências administram as verbas publicitárias aplicadas em mídia e recebem prêmios de incentivo dos veículos por isso. No exterior, há agências dedicadas à tarefa.

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