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Brasil informa OMC sobre intenções de retaliar Canadá

O Brasil lembrou à OMC que o Canadá ainda não provou estar adequando suas políticas de exportação de aeronaves às recomendações internacionais e que, portanto, o País se reserva o direito de pedir para retaliar

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil informou Organização Mundial do Comércio (OMC) suas intenções de, no futuro, pedir autorização para retaliar o Canadá. Hoje, durante uma sessão do Órgão de Solução de Disputas da OMC, em Genebra, a delegação brasileira lembrou que o Canadá até agora não provou que está adequando suas políticas de exportação de aeronaves às recomendações internacionais e que, portanto, o País se reservava o direito de pedir para retaliar. No início do ano, a OMC determinou a irregularidade de cinco operações de vendas de aeronaves da canadense Bombardier, que teriam ocorrido diante a ajuda ilegal dos subsídios de Ottawa. Na avaliação do Brasil, esses subsídios acabavam prejudicando as vendas da Embraer, que não conseguia competir pelos contratos diante das ofertas feitas pelos canadenses. Com a ilegalidade das operações declaradas, o Canadá foi obrigado a rever suas regras de exportação e teria até o último domingo para declarar as mudanças. Para o Brasil, essas mudanças deveriam incluir o cancelamento da entrega das aeronaves que ainda estariam para ocorrer prevista nos cinco contratos condenados. "Ao não se pronunciar, entendemos que os canandeses não cumpriram o que foi determinado pela OMC", explicou o embaixador do Brasil em Genebra, Luis Felipe de Seixas Corrêa. Na avaliação do Itamaraty, os prejuízos para a Embraer chegariam a US$ 4 bilhões e, portanto, as retaliações, em forma de suspenção de tarifas aos produtos canandeses, poderiam estar próximas a este valor. Mas mesmo que o Brasil chegue a pedir para retaliar, todos sabem que a utilização de um instrumento como esse representaria uma interrupção do comércio, o que não seria uma vantagem para o País. O embaixador Seixas Corrêa não acredita que a decisão de ontem do Brasil de se reservar o direito de retaliar represente uma ruptura nas negociações entre os dois países. Em junho, brasileiros e canadenses se reúnem mais uma vez para debater uma saída para o caso. "Acho que o processo está caminhando bem", afirmou o diplomata.

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