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Brasil intensificou comércio em mercados pouco explorados

Por Agencia Estado
Atualização:

O superávit de US$ 1,160 bilhão na balança comercial de janeiro tem por detrás a expansão de 8,71% na corrente de comércio do Brasil com o exterior, a soma das importações e das exportações. Esse total alcançou US$ 8,450 bilhões no mês e indicou uma leve mudança nos parceiros comerciais do País, que tende a se acentuar gradativamente. As trocas de bens com a União Européia e com os Estados Unidos caíram ao mesmo tempo em que se intensificou o comércio do Brasil com o Oriente Médio, a Europa Oriental, a África e a Ásia. Com base nos dados da balança comercial de janeiro, divulgados hoje pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a corrente de comércio do Brasil com a União Européia recuou em 20,76% em janeiro, em comparação com igual mês de 2002, e alcançou US$ 2,212 bilhões. Esse desempenho foi determinado exclusivamente pela queda de 6,8% nas importações brasileiras de produtos do bloco europeu, um dos principais fornecedores de máquinas e equipamentos ao País. Essas compras somaram apenas US$ 994 milhões. Já as exportações brasileiras para a União Européia cresceram 27,3% e totalizaram US$1,218 bilhão, graças à melhoria de preços internacionais das commodities embarcadas pelo País. Com os Estados Unidos, o desempenho foi ainda mais negativo. A corrente de comércio alcançou US$ 1,879 bilhão, o que representou uma queda de 15,09%, em comparação com a de janeiro de 2002. As exportações brasileiras para o mercado americano alcançaram US$ 1,174 bilhão, o que indicou um recuo de 7,0%. As importações, por sua vez, despencaram em 25,8% e somaram apenas US$ 705 milhões. Com outro principal parceiro do Brasil, o Mercosul e demais países que compõem a Associação Latino Americana de Integração (Aladi), houve aumento de 11,92% na corrente de comércio, que chegou a US$ 1,436 bilhão no mês passado. O Brasil exportou mais 21,0% a esses mercados e importou deles mais 3,5%, em relação a janeiro de 2002. Em boa medida esse desempenho se deve à retomada do comércio do País com seus sócios do Mercosul, cuja corrente chegou a US$ 793 milhões - 16,96% de aumento. O dado curioso da balança comercial de janeiro está nos números que indicam a expansão das trocas com mercados fornecedores e consumidores anteriormente pouco explorados ou até mesmo não explorados. Trata-se de uma tendência que vinha despontando desde 2001 e que se intensificou a partir do segundo semestre do ano passado, com os resultados dos esforços de promoção comercial do governo e de entidades empresariais. A corrente de comércio do Brasil com a Ásia saltou de US$ 1,168 bilhão, em janeiro de 2002, para US$ 1,301 bilhão, no mês passado - aumento de 11,39%. Com outros mercados, a variação foi ainda mais expressiva, apenas de o valor de comércio manter-se modesto. Entretanto, em todos esses casos o resultado deveu-se ao aumento das exportações brasileiras, principalmente de produtos básicos e de semimanufaturas. A soma de importações e de exportações do Brasil com o Oriente Médio foi de US$ 415 milhões, o que significa elevação de 61,48% em relação a janeiro de 2002. Nesse caso, os embarques brasileiros cresceram 91,1% e alcançaram US$ 279 milhões. Com a Europa Oriental, a corrente de comércio chegou a US$ 281 milhões - 99,29% mais -, e as exportações foram de US$ 205 milhões, o que representa aumento de 125,3%. Com a África, a soma das importações com as exportações chegou a US$ 425 milhões, cifra 68,65% maior que a de janeiro de 2002.

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