NOVA YORK - A economia do Brasil está mostrando alguns sinais de melhora após enfrentar severa contração, afirmou hoje em evento em Chicago a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. A dirigente disse ver um “otimismo cauteloso” no cenário para os países emergentes, destacando avanço nas perspectivas para a Rússia e Brasil, mas o quadro para os países desenvolvidos ainda sinaliza crescimento moderado.
“Nos últimos anos, a recuperação global tem sido frágil e fraca e este continua a ser o caso hoje, especialmente para os países desenvolvidos”, afirmou Lagarde no discurso. A dirigente ressaltou, sem falar em números - os quais serão divulgados na semana que vem na reunião anual do FMI -, que uma “modesta recuperação” é esperada para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mas “consideráveis incertezas continuam” em meio à divergências de políticas monetárias, que podem levar ao renascimento da volatilidade financeira.
“Os riscos econômicos são exacerbados pelo terrorismo, aumento dos refugiados e uma crescente reação contra o comércio e a globalização”, disse Lagarde. Nesse cenário, a diretora do FMI cobrou que os países mantenham políticas de apoio à atividade, não apenas a monetária, mas que os governos adotem medidas fiscais e estruturais, capazes de estimular a demanda e o investimento. O FMI alerta ainda para maior necessidade de cooperação internacional entre os governos na política econômica.
Lagarde destacou que o crescimento dos Estados Unidos decepcionou na primeira metade de 2016 e a previsão para o PIB do país no ano deve ser rebaixada pelo FMI no relatório que divulgará na semana que vem, no início da reunião anual em Washington. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho norte-americano “tem dado notícias positivas”, enquanto a expansão da zona do euro permanece abaixo da média e o Japão tem visto alguma recuperação, mas vai precisar implementar reformas para crescer mais.
Nos emergentes, além da menção ao Brasil e Rússia, Lagarde diz que a Índia segue com reformas e deve crescer na casa dos 7% este ano, enquanto a China passa por uma "necessária e bem-vinda transição no modelo de crescimento", que reduziu o ritmo de expansão do PIB para ao redor de 6%.