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Brasil não está fora de perigo, diz Serrano

A decisão da Moody's de revistar para estável o rating do Brasil é positiva, na visão do economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. Entretanto, isso não significa que o Brasil está fora de perigo.

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Por Redação
Atualização:

"A notícia é relativamente positiva, dadas as expectativas que se criaram. O rebaixamento já era antecipado em função da deterioração recente do quadro econômico. A perspectiva estável significa que há pouca chance de alteração da nota no curto prazo", comenta. Ele aponta que a Moody's já incorpora uma trajetória negativa para a relação dívida/PIB até o fim do atual mandato da presidente Dilma Rousseff.

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Mesmo assim, a perspectiva estável não significa que não há riscos para o rating brasileiro. Para Serrano, é preciso avançar com medidas estruturantes e também para atenuar a crise política. A recente reaproximação entre o governo e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), é um passo nesse caminho, segundo o economista. "É preciso reduzir o nível de incertezas na economia e aumentar a capacidade de crescimento. Precisamos quebrar o ciclo de confiança muito baixo que se instalou entre os agentes econômicos", aponta.

Serrano afirma que a precificação, na estrutura a termo da curva de juros, de uma alta de 0,25 ponto porcentual na Selic, que estava em torno de 50%, deve diminuir. Já o dólar poderia recuar para algo perto de R$ 3,40, mas a crise política interfere. "Eu esperaria alguma correção no câmbio, mas o cenário político é bastante incerto e parte disso continua nos preços dos ativos".

O economista do Besi aponta ainda que, com o rebaixamento, a Moody's se alinhou com a nota da Standard & Poor's e o mesmo deve ocorrer com a Fitch, que agora é a única cuja nota ainda está dois graus acima do nível especulativo. 

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