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Brasil não rachou com emergentes na OMC, diz Lula

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Por Leonencio Nossa
Atualização:

Ao encerrar viagem de três dias a Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amenizou hoje o clima de discórdia no bloco dos países emergentes com a decisão do governo brasileiro de romper com África do Sul, Argentina e Índia nas negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). Em entrevista, ele negou ter abandonado os aliados tradicionais quando aceitou acordo de flexibilização de tarifas e novas regras comerciais com a União Européia e os Estados Unidos. "O Brasil não quebrou nenhuma solidariedade", afirmou. "O (G-20) não sairá rachado, porque isso não faz parte da estratégia que montamos." Ele observou as diferenças de interesses entre os setores agrícolas do Brasil com os dos demais países do G-20, bloco em que estão incluídos os emergentes. "Participamos do G-20, queremos que o acordo seja de interesse do G-20, mas vocês têm de convir que dentro do grupo existem assimetrias e disparidades enormes entre os países", disse. "Os interesses dos países não são os mesmos, embora tenhamos que encontrar um denominador comum", completou. "Agora, temos de respeitar as diferenças que existem." O presidente avaliou que a radicalização de aliados será prejudicial especialmente para países mais pobres da África e da América Latina, onde faltam investimentos no setor agrícola. "Os países mais pobres não têm incentivos para produzir seus alimentos", disse.

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