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Brasil não vai impor suas condições em Copenhague, diz Lula

Em Londres, presidente disse que país chegará a Dinamarca com proposta única de ação.

Por Rogerio Wassermann
Atualização:

O Brasil chegará à reunião das Nações Unidas para a discussão do combate às mudanças climáticas, no mês que vem em Copenhague, com uma proposta única do governo para ações, mas "sem querer impor condições" aos outros países, segundo afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, durante visita a Londres. "O Brasil não vai a Copenhague para impor suas condições. O Brasil vai apresentar suas metas com a disposição de construir um consenso com os outros países", afirmou Lula. Segundo ele, o Brasil já apresentou propostas individuais de combate ao aquecimento, como a meta de reduzir o desmatamento em 80% até 2020, mas ainda deve estudar outras possíveis propostas. O presidente afirmou que o governo brasileiro deve finalizar na semana que vem, entre os dias 13 e 14, uma posição única "para que não haja dois ministros falando coisas diferentes" durante a reunião. Presença Lula se disse disposto a comparecer à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), na capital dinamarquesa, desde que outros líderes das grandes nações do mundo também se comprometam a participar da reunião para fechar um acordo de combate ao aquecimento global. Após um encontro com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, no qual a questão das mudanças climáticas foi discutida, Lula disse ter recebido a garantia de que o premiê estará em Copenhague. Ele disse esperar que outros líderes mundiais importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ou o presidente da China, Hu Jintao, também estejam presentes na Dinamarca para o fechamento de um acordo internacional. "Precisamos sobretudo convencer os Estados Unidos, que tentam convencer a China", disse Lula. Para o presidente, "o pior que poderia acontecer é que a sociedade tivesse a impressão de que os seus líderes não estão assumindo o compromisso com o clima". Investimentos Lula está em Londres para uma visita de dois dias com o principal objetivo de atrair mais investimentos estrangeiros ao Brasil. Na manhã desta quinta-feira, o presidente participa do seminário "Investindo no Brasil", organizado pelos jornais Financial Times, da Grã-Bretanha, e Valor Econômico, do Brasil. Ao lado do presidente estarão também os ministros Guido Mantega, da Fazenda, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, além dos presidentes do Banco Central e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nesta quarta-feira à tarde, a comitiva do governo brasileiro em Londres participou da inauguração de um escritório do BNDES na capital britânica. O objetivo do escritório é ajudar a financiar a expansão no exterior de empresas brasileiras e também investimentos no Brasil por empresas estrangeiras. Para o presidente, a abertura do primeiro escritório do BNDES no exterior é "a primeira demonstração de que queremos cuidar de nossas empresas no exterior, mas também de que queremos convencer as empresas do exterior a investir no Brasil, ajudando a captar os recursos necessários para os investimentos". Durante discurso na inauguração, Lula afirmou que "o Brasil cansou de ser pequeno e de pensar pequeno". "Não tem jeito de o Brasil se tornar uma grande nação se o governo, as empresas e o povo pensarem pequeno", afirmou o presidente. Para Lula, a candidatura bem sucedida do Rio de Janeiro para sediar a Olimpíada de 2016 é um exemplo de como o país deve pensar grande em seus projetos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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